sábado, agosto 13, 2011

A Libertação das Mulheres Através do Islam‏

Hoje em dia, as pessoas acham que as mulheres ocidentais são livres e que o movimento de libertação da mulher começou no século XX. Na verdade, este movimento não foi iniciado pelas mulheres, e sim foi revelado por Deus, no século VII, a um homem de nome Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), que é conhecido como o último Profeta do Islam. O Alcorão e as sunnas são fontes de onde as mulheres muçulmanas tiram seus direitos e deveres.

1. DIREITOS HUMANOS

Há quatorze séculos atrás, o Islam tornou as mulheres igualmente responsáveis perante Deus, glorificando-O e adorando-O, sem qualquer limite para o seu progresso moral. O Islam também estabeleceu a igualdade da mulher em relação ao homem.
Nos primeiros cinco versículos do capítulo intitulado "As Mulheres", do Alcorão, diz Deus:

" Ó humanos, temei a vosso Senhor, que vos criou de um só ser, do qual criou a sua companheira e, de ambos, fez descender inumeráveis homens e mulheres. Temei a Deus, em nome do Qual exigis os vossos direitos mútuos e reverenciai os laços de parentesco, porque Deus é vosso Observador." (Alcorão Sagrado 4:1)

Tendo em vista que homens e mulheres são provenientes da mesma natureza, eles são iguais em sua humanidade. As mulheres não são más em sua essência (como algumas religiões acreditam), assim como os homens também não o são. Da mesma forma, não há superioridade de sexos porque seria uma contradição do princípio da igualdade.

2. DIREITOS CIVIS
No Islam, a mulher tem a liberdade de escolha e de expressão, baseada no reconhecimento de sua personalidade individual. Em primeiro lugar, ela é livre para escolher sua religião. O Alcorão afirma que:

"Não há compulsão quanto à religião, porque já se destacou a verdade do erro." (Alcorão Sagrado 2:256)

No Islam, as mulheres são incentivadas a contribuir com suas opiniões e idéias. Existem muitas tradições do Profeta (SAS) que mostram as mulheres apresentando questões diretamente a ele e oferecendo suas opiniões em assuntos relativos a religião, economia e questões sociais.
A mulher muçulmana escolhe seu marido e mantém seu nome depois de casada. O testemunho da mulher é válido nas demandas judiciais. Na verdade, nas questões em que as mulheres estão mais familiarizadas, sua evidência é conclusiva.

3. DIREITOS SOCIAIS
O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), disse: 
"Buscar o conhecimento é uma obrigação para todo muçulmano (homem e mulher)." 

Isto inclui o estudo do Alcorão e dos hadiss, assim como outros conhecimentos. Homens e mulheres têm a capacidade de aprender e compreender. Tendo em vista que também é obrigação do muçulmano promover o bom comportamento e condenar o mau comportamento em todas as esferas da vida, a muçulmana precisa adquirir uma educação apropriada para se desincumbir de suas obrigações, de acordo com seus dons e talentos naturais.
A manutenção da casa, o apoio ao marido e a criação e instrução das crianças estão entre os mais elevados e respeitados deveres da mulher. Mas, se ela tiver habilidades para trabalhar fora de casa pelo bem da comunidade, ela pode, desde que cumpridas as obrigações com a sua família.

O Islam reconhece e cultiva as diferenças naturais entre homens e mulheres, não obstante serem iguais. Alguns tipos de trabalho são mais adequados para os homens e outros para as mulheres. De forma nenhuma isto diminui um e beneficia o outro. Deus recompensará ambos os sexos, igualmente, pelo valor de seu trabalho, embora não seja necessariamente a mesma atividade.

Em relação à maternidade, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), disse: 
"O céu está sob os pés das mães." 

Isto quer dizer que o sucesso de uma sociedade está intimamente ligado ao papel desempenhado pelas mães. A primeira e mais forte influência sobre uma pessoa vem do sentimento de segurança, afeto e do exemplo recebidos de sua mãe. Portanto, a mulher que tem filhos deve ser instruída e consciente, a fim de que possa exercer a maternidade habilmente.

4. DIREITOS POLÍTICOS
Um direito concedido por Deus às mulheres muçulmanas, há mais de 1400 anos atrás, foi o direito de votar. A mulher pode expressar sua opinião e participar de questões políticas. Um exemplo relatado no Alcorão é

''aquele em que Muhammad é informado de que, quando as crentes se apresentassem a ele para jurar fidelidade ao Islam, ele deveria aceitar o compromisso.'' (Alcorão Sagrado 60:12)

Isto criou o direito das mulheres de escolher seu líder e declarar publicamente. Finalmente, o Islam não proíbe a mulher de exercer cargos importantes no governo. Abdur-Rahman Ibn Auf consultou muitas mulheres antes de indicar Uthman Ibn Affan para Califa.

5. DIREITOS ECONÔMICOS
O Alcorão diz:
"Por Quem criou o masculino e o feminino, que os vossos esforços são diferentes (quanto às metas a atingir)." (Alcorão Sagrado 92:3-4)

Nestes versículos, Deus declara que Ele criou homens e mulheres diferentes, com papéis, funções e habilidades específicas. Da mesma forma que em uma sociedade, onde existe a divisão do trabalho, assim também é na família, onde cada membro tem responsabilidades diferentes. No geral, o Islam afirma que às mulheres foi confiado o papel de nutris, e aos homens o de guardião. Por isso as mulheres têm o direito ao sustento.
O Alcorão diz:
"Os homens são os protetores das mulheres, porque Deus dotou uns com mais (força) do que as outras, e pelo seu sustento do seu pecúlio." (Alcorão Sagrado 4:34)

A proteção e a responsabilidade financeira foram outorgadas ao homem, por isso ele deve prover as mulheres não só financeiramente, mas também com proteção física e tratamento afável e respeitoso. A mulher muçulmana tem o privilégio de ganhar seu dinheiro, o direito de ter propriedades, de assinar contratos e de administrar seus bens da forma que desejar. Ela pode gerir seus próprios negócios e ninguém pode reivindicar seus ganhos, nem mesmo o marido. Diz o Alcorão:

"Não ambicioneis aquilo com que Deus agraciou uns, mais do que aquilo com que (agraciou) outros, porque aos homens lhes corresponderá aquilo que ganharem; assim também as mulheres terão aquilo que ganharem. Rogai a Deus que vos conceda a Sua graça, porque Ele é Onisciente." (Alcorão Sagrado 4:32)

A mulher herda de seus parentes. Diz o Alcorão:

"Aos filhos varões corresponde uma parte do que tenham deixado os seus pais e parentes. Às mulheres também corresponde uma parte do que tenham deixado os pais e parentes, quer seja exígua ou vasta - uma quantia obrigatória." (Alcorão Sagrado 4:7)

6. DIREITOS DA ESPOSA
Diz o Alcorão:

"E entre os Seus sinais está o de que Ele vos criou companheiras para que possais viver em paz com elas e Ele colocou misericórdia e amor entre vós. Na verdade, nisto há sinais para aqueles que meditam." (Alcorão Sagrado 30:21)

Portanto, o casamento não é apenas uma necessidade emocional ou física, e sim um sinal de Deus. É uma relação que envolve direitos e deveres mútuos, baseada na orientação divina. Deus criou homens e mulheres com naturezas complementares e, no Alcorão, Ele ditou um sistema de leis que amparam a interação harmoniosa entre os sexos.

"... Elas são as vossas vestimentas e vós sois as delas." (Alcorão Sagrado 2:187)

A roupa fornece a proteção física e encobre a beleza e as imperfeições do corpo. É assim que o casal é visto. Cada um protege o outro, oculta as falhas e elogia as características do outro.
Para nutrir o amor e a segurança que chegam com o casamento, as esposas muçulmanas têm vários direitos. O primeiro deles é o recebimento do mahr, um presente do marido, que faz parte do contrato matrimonial e é obrigatório para legitimar o casamento.

O segundo, é o direito ao sustento. Independente de qualquer bem que ela possa ter, seu marido é obrigado a alimentá-la, hospedá-la e vesti-la. No entanto, ele não é obrigado a gastar além de suas possibilidades e a esposa não tem o direito de fazer exigências descabidas. Diz o Alcorão:

"Que o abastado retribua segundo suas posses; quanto àquele, cujos recursos forem parcos, que retribua com aquilo com que Deus lhe agraciou. Deus não impõe a ninguém obrigação superior ao que lhe concedeu; Deus trocará a dificuldade pela facilidade." (Alcorão Sagrado 65:7)

Deus nos diz que os homens são protetores das mulheres e que a eles cabe a liderança da família. Sua responsabilidade na obediência a Deus se estende na orientação de sua família para obedecer a Deus Os direitos da esposa também vão além das necessidades materiais. Ela tem direito ao tratamento amável. O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), disse: 

"Os fiéis mais perfeitos são os melhores na conduta. E o melhor de vós são aqueles que são melhores com as esposas." 

Deus nos diz que Ele criou companheiras e colocou amor, misericórdia e paz entre eles. Homens e mulheres precisam de companhia e têm necessidades sexuais. O casamento foi idealizado para atender a essas necessidades. O cônjuge que negue esta satisfação ao outro, abre caminho para a tentação de ir buscar em outro lugar, fora do casamento.

7. DEVERES DA ESPOSA
Direitos implicam em responsabilidades. Por isso, as esposas têm certas obrigações para com seus maridos. O Alcorão diz:

"As boas esposas são as devotas, que guardam, na ausência (do marido), o segredo que Deus ordenou que fosse guardado." (Alcorão Sagrado 4:34)

A esposa deve guardar os segredos do marido e proteger a privacidade do casamento. As questões íntimas ou os defeitos do marido que possam desonrá-lo não devem ser divulgados pela esposa, da mesma forma que ele deve guardar a honra dela.

A esposa deve proteger a propriedade do marido. Ela deve guardar seu lar e bens do roubo ou dos danos materiais. Ela deve administrar as questões domésticas sabiamente, assim como evitar perdas. Não deve permitir a entrada de pessoas de quem seu marido não goste, nem efetuar despesas que ele desaprove.
A mulher muçulmana deve cooperar com o marido. No entanto, não pode haver cooperação com um homem que não obedece a Deus. Ela não deve atender a solicitações dele que sejam ilícitas. O marido também não deve tirar vantagem de sua esposa e sim ser compreensivo com suas necessidades e felicidade.

8. CONCLUSÃO
Diz o Alcorão:

"Não é dado ao fiel, nem à fiel, agir conforme seu arbítrio, quando Deus e Seu Mensageiro é que decidem o assunto. Sabei que quem desobedecer a Deus e ao Seu Mensageiro desviar-se-á evidentemente." (Alcorão Sagrado 33:36)

A mulher muçulmana recebeu uma tarefa, deveres e direitos há 1439 anos atrás, e que não são usufruídos pela maior parte das mulheres, mesmo no Ocidente. Eles vieram de Deus e foram projetados para manter o equilíbrio da sociedade. O que pode parecer injusto ou incompleto de um lado é compensado em outro. O Islam é um modo de vida completo.

Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

terça-feira, agosto 02, 2011

RAMADAN-TERCEIRA PARTE - TARAWI

Louvado seja ALLAH, Senhor do Universo. A ELE agradecemos, imploramos ajuda, a Ele retornamos arrependidos e solicitamos orientação. Testemunho que não há divindade a não ser ALLAH, Único e sem associados. Rogo a Deus que tal testemunho nos livre do fogo inferna

"Na verdade Eu sou Allah. Não há Deus além de Mim. Serve-Me pois e estabelece a oração para Minha recordação". Cur'ane 20:14 .

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) costumava exortar os seus companheiros (Radiyalahu an-huma) para efectuarem orações facultativas à noite, durante o mês de Ramadan, sem contudo ordenar-lhes para rezarem como acção obrigatória e disse: “Aquele que observa a oração nocturna nas noites de Ramadan, com fé e com a esperança e a procura da recompensa (de Deus), todos os seus pecados serão perdoados”. Era esta a prática até o Mensageiro de Deus (Salalahu Aleihi Wassalam) morrer, e assim continuou durante o Califado de Abu Bakr e parte inicial do Califado de Umar. Muslim 4:1663.

No tempo do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), durante 3 noites, foi efectuada em congregação a oração do Tarawi. Na quarta noite, a mesquita estava cheia, mas o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), não apareceu para dirigir o Tarawi. Na manhã seguinte informou-os de que não apareceu para não tornar compulsória a referida oração. A partir daí as pessoas observaram a oração individualmente ou em pequenos grupos, quando as condições assim o permitiam. Ainda não foi no tempo do Califa Abu Bakr (Radiyalahu an-hu), que foi instituída a oração de Tarawi em congregação. Tinha havido alguma instabilidade no país, pelo que seria difícil reunir todos para a realização do Tarawi. No Califado de Umar (Radiyalahu an-hu), com a paz e a ordem no país, foi decidido criar condições para que o Tarawi fosse feito em congregação.

Porque o Califa Umar (Radiyalahu an-hu), não era um legislador de Deus e o tempo da revelação já tinha terminado, o Tarawi não se tornou um acto obrigatório, como se tornaria se fosse feito continuadamente no tempo do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam).

O Tarawi é outra acção meritória a ser efectuada durante o mês de Ramadan. É uma oração especial nocturna, em congregação, efectuada imediatamente após a oração de Ishá, antes do witr. Na maioria dos países, incluindo na Cidade Santa de Maka, consiste em 20 rakates, orientados por Hafez Cur’ane (que têm o Livro Sagrado decorado). Ao longo do mês de Ramadan, de dois em dois rakates (ciclos de oração), recitam o Cur’ane. Noutros países, o tarawi diário é feito com 8 rakates. O Tarawi é “Sunnah Mu’akkaddah” (Sunah insistido), pelo que todo o crente o deve fazer. É alal – kifayah, isto é da responsabilidade de todos os residentes da localidade.

Devem ser criadas condições para que em todas as Mesquitas da localidade, se efectue a oração em congregação. Abu Darda (Radiyalahu an-hu) referiu que ouviu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) dizer: “Se ocorrer encontrarem-se (inclusive) três pessoas numa localidade, num deserto ou numa selva, e não rezarem em congregação, Satanás seguramente os dominará. Por isso recorrei às orações em congregação, porque o lobo devora a ovelha solitária”. Abu Daoud. Caso o Tarawi não se efectue, cada um dos residentes será responsabilizado pelo facto. Se forem criadas as condições, os crentes que efectuarem a referida oração nas suas casas, estarão livres da responsabilidade. No entanto, verão as suas recompensas diminuídas.

Se por qualquer motivo chegarmos atrasados na Mesquita e se encontrar a decorrer o Tarawi e ainda não termos efectuado a oração de Ishá, antes de nos juntarmos à congregação, devemos primeiro e individualmente, efectuar a oração de Ishá. Depois juntamo-nos ao Jamah e no final, também individualmente, devemos completar os rakates de tarawi em falta.

Em anexo, segue, um duá / tassbi, produzido no ano passado pela “Revista Al Furqan”, para ser recitado nos intervalos do Tarawi (de 4 em 4 rakates). Pode ser listado como “cábula”, até o conseguirmos decorar. Façam o favor de o reencaminhar, para que todos possam beneficiar desta iniciativa.

Cumprimentos

Por: Abdul Rehman Mangá Maputo Moçambique - Africa

RAMADAN -SEGUNDA PARTE

Louvado seja ALLAH, Senhor do Universo. A ELE agradecemos, a ELE imploramos ajuda e a ELE solicitamos orientação. Testemunho que não há divindade a não ser ALLAH, Único e sem associados.

Diz ALLAH O ALTÍSSIMO na surat ANNISSÁ 40:

“Deus não frustrará ninguém, nem mesmo no equivalente ao peso de um átomo; por outra, multiplicará toda a boa ação e concederá de Sua parte, uma magnífica recompensa.”

Qualquer ação do crente, deve ser precedida duma intenção (niyyah). Ao iniciar o jejum diário, deve proclamar intimamente, a intenção de que vai fazer o jejum (obrigatório) do Ramadan.

Também pode proclamar a niyyah verbalmente. Pode ser na sua própria língua, ou em Árabe, utilizando, por exemplo, a seguinte intenção:

“NAWAITU SAUMA GHADIN AN ADAI FARDI RAMADHANA LI HAZINIS SANAH LIL LA HI TAÃLÁ”.

A pequena refeição da madrugada, o Sheri / Suhur, que é tomada antes de se iniciar o jejum, é cheia de bênçãos, da parte do nosso Criador. Anas Bin Malik (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi assalam) disse:

“Lançai mão da consoada (do suhur), porque há bênçãos nesse acto”. Bukhari e Muslim. Assim, permite-nos passar o dia de jejum mais confortáveis, com mais forças para suportarmos o trabalho diário. Um corpo forte é melhor do que um corpo fraco”.

Acordar nessa hora, implica um certo sacrifício, depois de um dia de jejum e das orações nocturnas. No entanto, com este sacrifício, teremos muitos benefícios, conforme disse o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam):

“Na verdade, Allah e Seus anjos, enviam bênçãos para aqueles que comem no Sehri”.

Relato de Hazrat Ibn Umar (Radiyalahu an-hu). Se não tivermos apetite para uma refeição ligeira, pelo menos, devemos beber água. A diferença entre o nosso jejum e o jejum dos Povos do Livro (Ahli Kitab), é entre outros aspectos, devido ao Sheri / Suhur, que eles não o fazem. É altura ideal para acordar, fazer as orações facultativas (Tahajjud), fazer duá, comer e fazer a primeira oração da manhã (Fajr).

Sendo o Ramadan, o mês de jejum, deveríamos ser mais contidos na alimentação. Infelizmente, para alguns, é o mês de gastos excessivos, consumindo no iftar comidas especiais e dispendiosas. Comer muito no Iftar, provoca o desconforto e encontramos a nossa própria justificação para não fazer as orações noturnas, nomeadamente o Tarawi e de praticar outro tipo de adoração. O Islão recomenda-nos deixar vazio, um terço do nosso estômago.

Todos os excessos, são contrários não só aos princípios deste mês sagrado, como também na vida de um crente. Em alguns países, chega-se ao cúmulo de, neste mês sagrado, haver um aumento no consumo de alimentos (nomeadamente o açúcar), de electricidade e de medicamentos (devido ao consumo excessivo de alimentos). Anas Bin Malik (Radiyalahu anhu) referiu que uma vez foi servida uma comida especial.

Quando Anas começou a comer, manteve um pedaço na boca durante algum tempo e depois olhou para as outras pessoas e começou a chorar. Depois justificou-se, dizendo:

 “Por Allah, acompanhei pessoas que se tivessem oportunidade de terem esta comida, teriam jejuado mais frequentemente. Um deles encontraria somente leite misturado com agua (como comida), que beberia e começaria a jejuar”. –Al-Mu’afa Bin Imran – Kitab Al-Zuhd, nº. 125.

Quando chegar a hora do iftar (final do jejum diário), sem demoras, devemos preocupar-nos em quebrar o jejum, de preferência com água e tâmaras. “Assim disse Deus, Todo- Poderoso, Senhor da Glória: “Dentre os meus servos, prefiro aquele que se apressa em quebrar o jejum”. Dito do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), Bukhari e Muslim. Nos minutos que antecedem à hora do iftar, devemos fazer duá (prece), pedindo a Deus tudo o que é bom para nós. para os nossos familiares e para a Umah em geral (não se esqueçam dos falecidos).

O duá para quebrar o jejum, pode ser feito na nossa própria língua, ou por exemplo:

“ALAHUMMA LACA SAMTÚ WABICA ÁMANTÚ WA ÃLÁ RIZQUIKA AFTARTÚ” (Ó Allah, eu jejuei para Ti, em Ti eu acreditei (e acredito), em Ti eu depositei a minha confiança e com a Tua provisão, eu quebro o meu jeum).

Hazrat Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Há três tipos de pessoas cujas preces (duás) são aceites:

1)- o jejuador, na altura do iftar;

2)- o rei justiceiro; e

3)- o oprimido”.

Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse:

“Quando alguém comeu ou bebeu, esquecendo-se que está de jejum, deve continuar o jejum até ao fim, porque (comendo ou bebendo por engano), significa que Deus lhe deu de comer e de beber.”Bukhari e Muslim.

No entanto se alguém, sabendo que está de jejum, mas por engano da hora do iftar, comeu ou bebeu, antes da hora regulamentar, deverá repetir o jejum, depois de terminado o mês de Ramadan.

O Suhur / Sehri, deve ser atrasado, de preferência, até ao limite da hora, no momento em que se inicia a primeira oração da manhã (Al Fajr). “….e comei e bebei até à alvorada, quando o fio branco se distinga para vós do fio preto, então completai o vosso jejum até aoanoitecer….” Cur’ane 2:187.

O Iftar (o quebrar o jejum) deve ser efetuado imediatamente na hora prescrita, quando se inicia a oração do entardecer (Magribe). Seguindo estas recomendações do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam), o crente cumprirá o dia de jejum ainda mais confortável.

Aproveite este mês sagrado para aumentar a “Sadaka” (a caridade facultativa), oferendo gêneros alimentícios aos necessitados, de modo a terem um iftar condigno. Compartilhe também o com amigos, familiares e outros crentes e ganhe a satisfação de Deus.

“Anas (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) visitou Saad Ibn Ubada (Radiyalahu an-hu). Este lhe ofereceu pão e azeite de oliva. O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) comeu e disse:

“aqueles que jejuam, quebraram o jejum contigo, os virtuosos comeram do teu alimento e os anjos suplicaram por ti”. Abu Daoud).

Nota: Um comentário e uma curiosidade acerca deste ultimo hadice:

São conhecidos os benefícios do azeite de oliva. Em Itália, uma das entradas nas refeições, é constituída por pão com azeite de oliva. É uma tradição Italiana. Mas há mais de 1.400 anos que foi um dos alimentos do Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) e dos seus Companheiros (Radiyalahu anhuma).

Preparados para receberem o hóspede? No hemisfério norte, aonde o verão ainda vai atingindo o pique e conseqüente maior tempo de jejum, com paciência, fé e confiança em Deus, será cumprido este terceiro pilar do islão. Daqui a cerca de 30 anos, In Sha Allah, será a altura do inverno.

Cumprimentos e um bom Ramadan para todos os muçulmanos da Terra.

Abdul Rehman Mangá – Maputo – Moçambique – África.

segunda-feira, agosto 01, 2011

Calendário islâmico

Calendário islâmico - Antes de Maomé (Muahammad), os árabes tinham um calendário lunar, que faziam concordar aproximadamente com o ano trópico, através de um sistema de intercalações, tomado de empréstimo à civilização helenística. No entanto, o Profeta condenou essa interferência com o curso natural da Lua, e impôs que fosse observado um calendário puramente lunar, sem intercalações. Daí, um ano de doze meses, com 354 ou 355 dias, que gera uma defasagem de 11 dias para cada ano solar, ou um ano a cada 31 anos. O mês muçulmano começa com a lua nova, que deve ser vista, em cada lugar, por dois crentes idôneos. Há um ciclo de 30 anos, com onze anos abundantes - isto é, de 355 dias -, e os restantes, de 354 dias. Devido a esses inconvenientes, diversos países muçulmanos adotaram uma modalidade do antigo calendário persa (Era de Djelaleddin).


A era de Djelaleddin, iniciada em 1079 dC na Pérsia, consistiu numa correção do antigo calendário zoroastriano, que no século V aC tomara como modelo, após o babilônio, o calendário egípcio tradicional de 12 meses de 30 dias e 5 dias epagômenos. Na Pérsia propriamente dita, esse calendário não fora alterado até o advento dos sassânidas (no século III dC). Corrigiram-no, então, somando-lhe um mês suplementar - que tomava a denominação daquele ao qual se acrescentava, com a indicação de "segundo" -, cada 120 anos. O ano começava a 16 de julho.

Depois da conquista árabe, que implantou o calendário muçulmano, o calendário zoroastriano continuou em uso em atividades particulares da maioria dos persas mas foi descuidada a intercalação. Assim, o início do ano passou por grandes defasagens; em 1079, acercava-se do equinócio de março. Djelaleddin, soberano persa muçulmano, restabeleceu o antigo calendário zoroastriano, com acréscimo de um sexto dia epagômeno a cada quatriênio.

Atualmente, o calendário islâmico ou muçulmano é assim dividido:

Mês Dias Significado do nome Transcrição

[1] Muhharram (30 dias) Mês sagrado Muharran

[2] Sáfar (29 dias) Mês da partida para a guerra Saphar

[3] Rabiá-al-áual (30 dias) 1º mês da Primavera Rabia-1

[4] Rabiá-a-Thâni (29dias)  2º mês da Primavera Rabia-2

[5] Jumáda Al-Ula (30 dias) 1º mês da seca Jomada-1

[6] Jumáda A-Thânia (29 dias) 2º mês da seca Jomada-2

[7] Rajáb (30 dias) Mês do respeito e da abstinência Rajab

[8] Xaaban (29 dias) Mês da germinação Shaaban

[9] Ramadan (30 dias)  Mês do grande calor Ramadan

[10] Xauál (29 dias) Mês do acasalamento dos animais Shawwâl

[11] Dhu Al-Qaáda (30 dias)  Mês do descanso Dulkaada

[12] Dhu Al-Hijja (29 dias)  Mês da peregrinação Dulheggia

A Era Muçulmana começou no ano em que o profeta Maomé emigrou, de Meca para Medina, a fim de escapar às perseguições de seus adversários e poder continuar a proclamar as Revelações, no ano 622 do calendário juliano/gregoriano. Esse é portanto o 1º ano da Hégira (nome dado à emigração do Profeta), ou 1 aH.

O segundo califa, sucessor do Profeta, Omar I - que governou de 634 a 644 -, estabeleceu como norma que o começo do ano deveria ser o dia 1º de Muhharram e que a contagem dos anos deveria começar pela Hégira, como prescrevia o Qur'an (Corão ou Alcorão). Assim, a Era Islâmica começou no dia 16 de julho de 622, que é o dia 1 de Muhahham do ano 1 aH.

Este calendário é lunar e não acompanha, por isso, as estações do ano, como os calendários solares. Assim, há fases em que o Ramadan cai no inverno, e outras em que ocorre na época mais quente do verão, o que torna a observância do jejum mais dura para os árabes, em regiões onde a temperatura chega normalmente aos 50ºC.

O calendário islâmico pode sofrer mudanças no transcurso de cada ano, em razão do sistema tradicional de determinação de certas datas pela observação visual da Lua. Em virtude disso, as autoridades islâmicas são obrigadas a introduzir ajustes compensatórios no ano seguinte, acrescentando ou subtraindo um dia da duração de certos meses, que podem portanto sofrer mudanças em sua duração.

Embora os métodos matemáticos da astronomia permitam determinar com exatidão o momento de ocorrência de cada evento, a tradição religiosa islâmica exige que certos feriados e festividades religiosas tenham seu início decretado por meio de observação pessoal dos astros celestes. Assim, são incertas algumas datas de importantes acontecimentos.

O Corão determina que os fiéis só iniciem o jejum do Ramadan após observarem, a olho nu, a lua nova que marca o dia 1º desse mês. A tradição estabelece que tal observação deve ser feita por duas testemunhas idôneas e piedosas, que comunicam o fato a autoridades islâmicas reconhecidas, as quais decretam, então, o início do período. No dia 29 do mês de Xaaban, as testemunhas perscrutarão o céu. Se a lua nova for vista, terá início o mês do Ramadan. Se não for, considerar-se-á que o mês Xaaban terá 30 dias e o Ramadan será adiado para o dia seguinte. O mesmo se aplicará à data do fim do Ramadan. Pela mesma razão, são também incertas as datas de início e a duração de alguns meses e, portanto, incerto todo o calendário. A própria duração do ano lunar pode ser de 354 a 356 dias, conforme o caso.

Principais feriados religiosos islâmicos:

Lailat Al-Miraj (27 de Rajáb) - Nessa data se comemora a miraculosa viagem que o profeta Maomé efetuou, um ano antes da Hégira, montado em lendário animal trazido pelo anjo Gabriel. Em uma noite, o Profeta viajou por diversos lugares, dos quais o mais relevante foi Jerusalém, onde, em rocha sobre a qual hoje se assenta célebre mesquita, ascendeu por uma escada ao Paraíso, onde teve o privilégio de falar com Deus.

Mês do Ramadan (1 a 30 de Ramadan) - Período de sacrifício em que os fiéis estão proibidos de comer, de beber e de quaisquer outras atividades carnais durante as horas do dia, podendo fazê-lo somente à noite. Não é propriamente um feriado, mas nesse período os negócios sofrem sensíveis modificações.

Eíd Al-Fitr (1 a 5 de Xauál) - Feriados em que se comemora o término do jejum do mês do Ramadan.

Período do Hajj (1 a 10 de Dhu al-Hijja) - Período em que os muçulmanos de todo o mundo cumprem o dever de peregrinar a Meca, que lhes incumbe pelo menos uma vez na vida como um dos cinco preceitos básicos de vida piedosa. A rigor, o período do Hajj dura uma semana, mas a movimentação começa antes e termina depois dele. Nessa época, a Arábia Saudita recebe quase dois milhões de peregrinos, cessando todo o comércio.

Eíd Al-Adha (10 de Dhu Al-Hijja) - Uma das mais importantes datas do calendário islâmico, quando os muçulmanos se congratulam, tal como fazem os cristãos entre si no Natal. A data lembra a ocasião em que o Profeta Ibrahim - o Abrahão dos cristãos - teria cumprido a ordem de sacrificar seu filho Ismael (que a tradição judaica afirma ter sido Isaac), demonstrando imensa fé e sendo por Deus impedido, no último momento, de consumar o ato.

Segundo a tradição, a pedra sobre a qual Ibrahim ia executar o sacrifício do próprio filho era uma rocha negra que estava no vale onde hoje se situa Meca. Essa pedra foi usada na construção da Caabah, monumento em cuja direção todos os fiéis do mundo se voltam nas cinco orações diárias. Está numa das quinas da Caabah, engastada em prata, e todos querem beijá-la ou tocá-la. Esse feriado ocorre no auge do período da peregrinação.

Eíd Ra's As-Sana Al Hijria ou Uáhad Muharram (1 de Muhhárram) -O Ano Novo muçulmano, que inicia o ano lunar. Os muçulmanos da seita xiita, numerosos no Irã e no Sul do Iraque, comemoram nos primeiros dez dias do novo ano as festividades fúnebres da Achurá, em que praticam mortificações, pela morte do Imã Hussein ibn µli ibn Abu-T lib (ibn = filho), ocorrida no início da história do Islam.

Achurá (10 de Muhharram) - Dia do martírio do Imã Hussein Ibn Áli Ibn Abu Tálib, neto do Profeta Maomé.

Eíd-Al-Máulid An-Nabáui (12 de Rabiá Al-Áual) - Data do nascimento do Profeta Maomé.

Nos países islâmicos, o dia consagrado ao repouso, equivalente ao domingo dos países ocidentais, é a sexta-feira. Por esta razão, são colocadas em destaque nos calendários as sextas-feiras. Sábados e domingos são dias de trabalho normal, exceto nas áreas de população predominantemente cristã. Quintas-feiras não são dias de repouso. Entretanto, em muitos lugares, trabalha-se apenas em meio período nesses dias. Repartições públicas podem não funcionar às quintas e sextas.

 No Reino de Marrocos, adota-se o calendário gregoriano. Os dias de repouso são portanto sábado e domingo, havendo porém setores de atividade que observam as sextas-feiras.

Existem muitos outros feriados nacionais, geralmente com datas móveis.

O conversor - Embora na vida diária o calendário gregoriano seja mais comum, bilhões de muçulmanos usam o calendário lunar islâmico (hijri) para determinar os principais dias de observância dos preceitos religiosos islâmicos, a exemplo do início e final do mês de Ramadã, início e final de cada ano, ou o Dia do Sacrifício (Id al-Adhã) durante a peregrinação a Meca.

O conversor de calendários desta página é baseado no calendário hisabi, que é o calendário aritmético ou tabular introduzido pelos astrônomos muçulmanos no nono século da era cristã para predizer o início aproximado dos meses do calendário lunar islâmico. Este calendário também é citado como calendário Fātimid, embora seja de fato um dos muitos calendários aritméticos islâmicos.

Convenciona-se que os meses no calendário islâmico aritmético têm alternadamente 30 e 29 dias de duração, resultando num ano normal de 354 dias (sanā basīta). Para manter a correspondência com as fases lunares, cada dois ou três anos um dia extra é adicionado ao último mês, resultando em um ano de 355 dias (sanā kabīsa). O método mais comumente adotado intercala 11 dias em cada período de 30 anos. Quatro métodos de intercalação têm sido descritos na literatura, assim resumidos:

Tipo Anos intercaláveis com 355 dias Origem/Uso

I 2, 5, 7, 10, 13, 15, 18, 21, 24, 26 & 29 Kūshyār ibn Labbān (11º século EC), Ulugh Beg (15º século EC), "Algoritmo Kuwaiti"

II 2, 5, 7, 10, 13, 16, 18, 21, 24, 26 & 29 Esquema de ano ampliado mais comumente usado

III 2, 5, 8, 10, 13, 16, 19, 21, 24, 27 & 29 Calendário Fātimid (também conhecido como Misri ou Bohra)

IV 2, 5, 8, 11, 13, 16, 19, 21, 24, 27 & 30 Habash al-Hāsib (9º século EC), al-Bīrūnī (10/11º século EC), Elias de Nisibis (11º século EC)

Para cada esquema de intercalação há duas variantes possíveis, dependendo de como se considera o início do calendário islâmico (1 Muharram, 1 AH), que pode ser assumida como 15 de julho do ano 622 da era cristã (conhecido como época astronômica ou da "quinta-feira") ou 16 de julho de 622 da era cristã (a época "civil" ou da "sexta-feira").

Como o dia islâmico começa ao por do sol, as datas islâmicas neste conversor de calendários são consideradas como iniciando no dia anterior do calendário ocidental.

Note-se que este conversor não pode ser usado antes do ano 10 da Hégira (631/32 da era cristã), quando a intercalação de meses extras no calendário árabe foi abolida, conforme a sūra 9:36-37 do Corão. Antes desse ano, um mês intercalável era adicionado ao ano a cada dois ou três anos, para manter o calendário de acordo com as estações. Como o esquema de intercalação adotado é desconhecido, todas as propostas reconstruções do calendário islâmico antes de 10 aH só podem ser vistas como hipotéticas.

A data da Hégira ou Hijra - Muitas fontes erroneamente indicam que a Hégira - a data em que Maomé e seus seguidores deixaram Meca, e depois de cerca de duas semanas de caminhada chegaram a Yathrib, depois conhecida como Madinat al-Nabī (Cidade do Profeta), a atual Medina - ocorreu em 1 Muharram, 1 aH.

Entretanto, a data da Hégira não é mencionada no Corão ou em outros antigos textos islâmicos. Antigas tradições, como as mencionadas no Hadith (reunião de ditos e ações do profeta e seus seguidores), antigas biografias de Maomé e tabelas cronológicas/astronômicas islâmicas sugerem que a Hégira ocorreu na última semana do mês Safar (provavelmente no 24º dia) e que Maomé e seus seguidores chegaram às cercanias de Yathrib no oitavo dia do mês Rabī‘ al-Awwal, num dia em que os judeus de Yathrib estavam observando um dia de jejum, e depois de uns poucos dias, entraram em Yathrib no 12º dia do mês Rabī‘ al-Awwal.

Convertendo-se essas datas ao antigo calendário Juliano, e tendo em conta os meses de intercalação (possivelmente três), que foram inseridos entre a Hégira e a última peregrinação de Maomé (10 aH), a Hégira provavelmente ocorreu na quinta-feira, 10 de junho do ano cristão 622, e Maomé chegou às cercanias de Yathrib provavelmente na quinta-feira 24 de junho de 622 da era cristã, ali entrando provavelmente na segunda-feira 28 de junho de 622 da era cristã.

A antiga astronomia islâmica foi largamente baseada nas tabelas astronômicas calculadas pelo grego Claudius Ptolomeu de Alexandria, que considerou a lunação - intervalo médio entre uma lua nova e outra - como sendo de 29;31,50,8,20 dias (expressados em notação sexagesimal, isto é, com base 60), como já era empregado vários séculos antes pelos sacerdotes-astrônomos babilônicos (e que ainda é usado hoje no calendário hebreu), equivalendo a 29 dias, 12 horas, 44 minutos 3 segundos e 1/3, em unidades modernas de tempo.

Por este valor, um ano lunar com 12 lunações resulta em 354;22,1,40 dias, que podem ser aproximados sem grande perda de precisão para 354;22 dias. Com a adição de 22 dias intercalados em cada 60 anos - ou 11 dias intercalados em cada período de 30 anos - um calendário lunar aritmético pode ser montado com a capacidade de acompanhar as fases visíveis da lua por vários milênios.

Um ciclo completo de 30 anos contém (19 × 354) + (11 × 355) = (30 × 354) + 11 = 10.631 dias ou 1.518 semanas e cinco dias. A cada sete ciclos de 30 anos (ou 210 anos), os dias da semana devem se repetir exatamente nos mesmos dias do calendário aritmético lunar. Por essa razão, tabelas de calendário islâmico medievais eram elaboradas para um período de 210 anos.

O "Algoritmo Kuwaiti" - Há alguns anos, os programas da empresa Microsoft incluem um conversor de calendário islâmico baseado no assim chamado Algoritmo Kuwaiti, que a empresa descreve superficialmente em suas páginas, ao lembrar que "o calendário da Hégira é muito importante para a Arábia Saudita e outros países como o Kuwait", mas seu cálculo representa um problema difícil. Sua equipe de desenvolvedores do Oriente Médio fez extensas pesquisas sobre o tema, analisando uma longa linha de tempo de informações sobre o calendário Hijri da forma como é usado no Kuwait, para desenvolver análises estatísticas e chegar ao algoritmo mais acurado possível.

Apesar de não dar detalhes dos cálculos que levaram a esse Algoritmo Kuwaiti, pode-se demonstrar facilmente que ele é baseado em um esquema aritmético padrão que tem sido usado nas tabelas astronômicas islâmicas desde o 11º século da era cristã. Denominar esse algoritmo como Algoritmo Kuwaiti é historicamente incorreto e essa prática deve portanto ser abandonada, na opinião dos especialistas no assunto.

Fonte: www.novomilenio.inf.br/porto/.../nmcalens.htm
(Informações traduzidas de página em inglês e que estão mais completas em holandês)

sexta-feira, julho 22, 2011

RAMADÃ PRIMEIRA PARTE

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as Bênçãos de Deus) - Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso)


A nossa fé não é comparável à fé dos anjos (estacionária), à dos Profetas (sempre a aumentar)

e à dos Sahabas (muito forte). A nossa fé, parece mais um gráfico de cotação duma bolsa de

valores (tem mais descidas do que subidas). Ao longo do ano, o crente tem uma vida agitada,

procura insistentemente a sua provisão, distrai-se com a beleza deste mundo e não encontra

tempo suficiente para se lembrar de Deus.

“E quando os Meus servos perguntarem por Mim.., certamente que estou próximo (deles): ouço o rogo suplicante quando chamam por Mim. Eles que Me obedeçam e tenham fé em Mim, para que possam ser levados pelo caminho recto”. Cur’ane 2:186.

Allah, Subhana Wataala, com a sua infinita misericórdia, instituiu o Jejum no mês de Ramadan, um dos 5 pilares do Islão, para que nesse mês, o Seu servo possa inverter a situação, isto é, possa dedicar mais tempo na recordação Dele. “Ó vós que credes! É-vos prescrito o jejum, como foi prescrito aos vossos antepassados, para que possais temer a Deus”. Cur’ane 2:183. Para os muçulmanos, o mês de Ramadan exerce um atracção muito especial. Os que são regulares no cumprimento da religião, intensificam durante o mês sagrado, a recordação de Deus, observando as orações facultativas. Fomentam a solidariedade entre o crentes, distribuindo e incentivando a caridade obrigatória (Zakat) e a facultativa (Sadaka). “Se me forem gratos, dar-vos-ei mais”. Cur’ane 14:7. Os crentes, que ao longo do ano não foram regulares no cumprimento das suas obrigações religiosas, quando chega o mês de Ramadan, fazem o jejum e abstêm-se de práticas ilícitas. Procuram o perdão do Senhor e a partir daí, mudam o seu modo de vida, passando a ser mais devotos.

O Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) referiu que todos são pecadores, mas entre eles, o melhor é aquele que se arrepende do seu pecado e pede perdão. Após o término do Ramadan, depois de jejuarem o mês inteiro, infelizmente, outros voltarão a “percorrer o caminho das trevas”, esperando pelo próximo Ramadan, para novamente intencionarem alterar o rumo da vida. Mas não se lembram, de que podem ser apanhados por aquilo que é o mais certo na vida – a morte. Alguns, ainda “embriagados” pelos prazeres do mundo, deixam passar o mês de Ramadan, não tirando dele, qualquer proveito. Hazrat Abu Huraira (Radiyalahu an-hu), referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: ”Aquele que não jejua no mês de ramadan, em nenhuma razão válida (aceitável pela lei islâmica), nunca será capaz de recuperar
uele dia, mesmo que jejue o resto da vida”. Bukhari.

O Ramadan é o nono mês do calendário (lunar) Islâmico. É um mês de reflexão, de sacrifício, de auto-controle, de incremento na adoração a Deus e de redução das actividades mundanas.

Ao jejuarmos, lembramos os milhões de seres humanos que vivem abaixo do limiar da pobreza, sem as condições básicas de subsistência, impensável nesta época em que as altas tecnologias proliferam por todo o lado. É o mês em que nos preocupamos com os necessitados, providenciando-lhes alimentos e outros bens essenciais. Os anjos invocam as bênçãos sobre aqueles que dão de comer e de beber ao jejuador na altura do iftar. Quem der de beber ao jejuador, Deus lhe dará de beber da Sua fonte e nunca mais terá sede, até entrar no Paraíso. Deus multiplica em muito as acções praticadas neste mês. Uma ação meritória, procurando a satisfação de Deus, é recompensada como uma acção obrigatória. A acção obrigatória é recompensada por 70 vezes mais, em relação aos restantes meses.

Durante este mês, diariamente, Deus liberta do inferno, um grande número de almas. É o mês em que devemos incrementar as nossas preces. Foi o mês em que o Cur’ane foi revelado ao Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wassalam) através de Jibrail (Aleihi Salam) - Anjo Gabriel, que a Paz de Deus esteja com ele. “O Ramadan é o mês em que foi enviada a revelação do Cur’ane, como Guia para a humanidade, com provas claras de orientação e de critério (entre o bem e o mal…..)”. Cur’ane 2:185. É a altura do ano em o Livro Sagrado é mais  recitado pelo crentes espalhados pelo mundo. Os muçulmanos o recitam individualmente, ou o ouvem através dos Hafez Cur’ane (Que têm o Cur’ane decorado), durante as orações em congregação de Tarawi (Orações nocturnas). Quatro acções são recomendadas para este mês: 1- Recitar o kalimah tayyibah (declaração da fé) “LA ILAHA ILLA LLAH MUHAMMAD RASSULULAH- "NÃO HÁ OUTRA DIVINDADE, SENÃO DEUS, A (ÚNICA) DIVINDADE, E QUE MUHAMMAD É O SEU (ÚLTIMO) MENSAGEIRO.; 2- pedir perdão pelas falhas e pelos pecados cometidos, ex: “ASSTAGHFIRULLAH” (Ó Allah, perdoai-me), ou ; 3 – pedir o paraíso e; 4- pedir a Deus que nos salve do fogo do inferno, ex: “ALLAHUMA AJIRNI MINA NNARI” (Ó Allah, salve-nos do fogo (do inferno) ,ou “RABBANÁ ÁTINA FI DDUNIA HASSANATAM WUAFIL ÁHIRATI HASSANATAM WUAQUINA ÃZÁBAL NNARI”2:201 (Nosso Senhor, conceda-nos o bem neste mundo e na vida futura e salve-nos dos castigos do fogo do inferno). O jejum não se limita à abstenção do comer, do beber e das “relações” com as nossas esposas, desde o nascer ao pôr do sol. Todos os órgãos do corpo também devem jejuar. 1 – a língua, evitando conversas inapropriadas, a mentira, a difamação; 2 – a vista, evitando olhar o que nos desvia da recordação de Deus; 3 – a audição, ouvindo conversas maldosas e as intrigas; 4 – as mãos e os pés e os outros órgãos do corpo, que nos possam conduzir para o pecado. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Muitos dos que jejuam, não obtêm dos seus jejuns, excepto a fome. Muitos praticam as orações à noite e nada obtêm excepto o desconforto de permanecerem acordados”. O crente deverá fazer todos os possíveis para manter, ao longo da sua vida, os órgãos do seu corpo em “permanente jejum”.

Não devemos perder esta oportunidade do mês de Ramadan para: 1)- incrementarmos as nossas acções meritórias perante Deus; 2)- começarmos a praticar acções próprias dos residentes do paraíso; 3)- deixarmos definitivamente os vícios que são um atentado à nossa própria saúde e causadores de distúrbios familiares. Abu Huraira (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta Muhammad (Salalahu Aleihi Wasalam) disse: “ A pessoa que jejuar durante o mês de Ramadan, com fé e esperança de alcançar o beneplácito de Deus, ser-lhe-ão perdoadas as faltas”. Bukhari e Muslim.

Quem recitar, o seguinte, 3 vezes depois das orações de Fajr e Assr, todos os seus pecados, mesmo do tamanho do mar, serão perdoados: “Asstahgfirullaha lazí lá illaha ilah wual há-iul kaiumo wua atubu ileihi”. “Peço perdão a Allah, nenhum ser é digno de adoração, excepto Ele; e Ele é Vivo, o Eterno; e eu volto-me para Ele.

Um bom dia de Juma e votos de um mês de Ramadan repleto de benefícios espirituais.

Cumprimentos

Abdul Rehman Mangá

21/07/2011

quinta-feira, julho 14, 2011

EMINENTE SHEIKH CAMILODINE BADRU (1965-2011) -In Memorian

Um homem de obras que a sociedade precisa conhecer e homenagear
Os grandes homens com as suas obras não podem caber em mentes pequenas como as nossas.

Pior do que isso, as palavras que usamos para retratar a realidade sobre eles, retiradas da mente, são ou se tornam limitadas para descreve-los.
Na obrigação de nos fazer transmissores de parte do carácter e feitos do grande homem que foi o Eminente Sheikh Camilodine Badrú. Somos confortados com esta dura realidade - nossa incapacidade de encontrar termos apropriados e suficientes para fazer chegar a verdade sobre ele.

Filho da bela pérola do indico e natural da província de Inhambane. O Sheikh Camilodine badrú conclui os seus estudos primários em 1977 na então escola Primaria Paiva manso (actualmente Alto maé). Curso de mecânica Auto na escola Industrial 1º de Maio em 1982 e o seu Instituto em 1985. O Sheikh prosseguiu com o estudo da Mecânica na faculdade de Engenharia na Universidade Eduardo Mondlane, de 1986, vindo a abandonar em 1988 rumo a Arabia Saudita onde faz o curso de sharia (traduzido por Direito Islâmico) na universidade de Madina, cidade do mesmo nome, concluindo em 1994. Em 1999 recebe o diploma Geral de estudos Islâmicos com o Instituto Superior de líderes e Pregadores na cidade de meca (BADRU, 2010).

Após conclusão dos seus estudos, o Sheikh Camilodine dedicou todo seu esforço na divulgação do Isslam, traduzindo obras das ciências Islâmicas do árabe para Português (destacando "O Equilíbrio na Crença" de Dr. Muhammad AL-Zuheil), escrevendo artigos para o jornal islâmico AL-Falah, leccionando a língua árabe e outras disciplinas do Isslam, palestrando e dirigindo diversas actividades de benefício da comunidade pelo Pais.

De tudo o que fez na sua vida, a academia dominava as suas paixões. Como diz o Sheikh Muhammad Cassimo Givá " O Sheikh era um investigador incansável, que pautava pela procura da verdade. Suas obras tinham marcosclaro de neutralidade científica ao abordar questões de controvérsia. Na introdução da tradução do livro " O equilíbrio na Crença" (2003) o Sheikh Camilodine escreve " se por ventura encontrar algo que contraria o texto original, saiba que isso provem do satanás e de mim [porque] sou fraco por natureza e aminha alma e propensa ao mal, se por ventura achar que a tradução esta confirmada com o texto original saiba que isso provem de Allah o meu criador e de toda a humanidade [porque] Ele concede sua dádiva aquém Ele quiser". A sua paixão pela academia atribui-lhe o dote de eloquência na escrita. "Quando jovens, estudantes da Universidade…em Madina, muitas vezes recorremos a ele para pedir que nos escrevesse frases bonitas a usar em correspondências… ele era [na verdade] o nosso auxiliar na memória das nossas correspondências" conta o Sheikh Giva. "Escrevia numa linguagem directa, simples e portanto compreensível para a maioria dos que tivessem acesso aos seus escritos." Acrescenta o Sheikh Abdul Carimo Nordine Sal.

Enfrentou muitas dificuldades quer na família, no emprego e no circulo social, mas nunca desistiu de manter a sua personalidade. "Foi uma pessoa simples e de fácil acesso sempre que precisássemos, apesar de ser dominado por um carácter solitário… não se metia onde não fosse chamado, o que pode provar, mais uma vez o seu amor por algo diferente [a literatura neste caso].Homem de conversas

serias e que dedicava pouco tempo para conversas banais..[de facto] quando se encontrasse em grupos com conversas banais era bastante normal ele se manter em silêncio". Comenta Sheikh Giva.

" Entregou toda sua juventude ao estudo e ensino do Isslam, tendo sacrificado, nisso a sua carreira [engenharia Mecânica] mesmo em estágio avançado. Homem humilde, exemplo raro que vivia a realidade e não ilusões. O Sheikh, muitas vezes por falta de dinheiro de chapa caminhava distancias para cumprir com os seus compromisso sem remuneração: comenta Sheikh Abdul Carimo.

Em resumo, para além da sua paixão pela academia, o amor pela sua família, entre outos o Sheikh Camilodine se define na "humildade, sinceridade, paciência, firmeza e dedicação" (badrú, 2003).

O Sheikh deixa uma esposa (Antuia) de 31 anos, dois filhos (Shureime e Abdul Wariss) de 6 anos e 11 meses, respectivamente. Em vida o Sheikh mencionou ter obras de sua autoria por se publicar, tendo partilhado rascunhos de algumas destas no círculo dos amigos. Não reunimos, no entanto de dados quantitativos sobre as mesmas.
Em memória e homenagem ao Sheikh:


Joao Arnaldo Vembane

(aluno e amigo)

sábado, julho 09, 2011

O SOFRIMENTO DE ABU BAKR PELO ISLAM-NOSSO PRIMEIRO KHALIFA

Nos primórdios do Islam, aqueles que abraçavam o Islam tinham que expressar esta fé secretamente.

Os muçulmanos eram perseguidos constantemente pelo povo Coraixita, até o ponto de o Profeta de Allah (s.a.w.s.) aconselhar os recém-convertidos a praticarem o Islam secretamente, para que assim não viessem a sofrer das mãos dos coraixitas.

Contudo, quando o número de muçulmanos atingiu os trinta e nova, Sayyidunna Abu Bakr As-Sidiq (r.a.a.) sugeriu que o Islam fosse praticado abertamente.

O Profeta de Allah (s.a.w.s.) não concordou, mas a insistência de Abu Bakr (r.a.a.) [bem como o Decreto de Allah] fez com que ele consentisse, e assim, todos se dirigiram ao Haram de Makkah com o propósito de divulgar o Islam. Sayyidunna Abu Bakr (r.a.a.) começou a falar. Nas crônicas do Islam, este foi o primeiro Khutba proferido em prol do Din.

Foi naquele preciso dia, que Hamza (r.a.a.), tio do Profeta de Allah (s.a.w.s.) e Líder dos Mártires abraçou o Islam, enquanto que Sayyidunna Ummar Ibn Al Khatab (r.a.a.) veio para o Islam no terceiro dia após isto.

Abu Bakr (r.a.a.), quando começou a falar acerca do Islam, foi atacado pelos idólatras e descrentes por todos os lados, apesar de ele ser considerado como o mais nobre e respeitável homem de Makkah, foi atingido tão severamente, que seu nariz, ouvidos e toda a sua face estavam cheios de sangue.

Foi pontapeado, atingido com sapatos, pisado e tratado com toda a brutalidade e crueldade. Com isso, ele (r.a.a.) desmaiou ficando quase que meio morto. Ninguém esperava que ele (r.a.a.) sobrevivesse a essa brutalidade.

Banu Tím, o seu clã, veio e levou Abu Bakr As-Sidiq (r.a.a.) à sua casa. Eles até anunciaram que se ele (r.a.a.) sucumbisse dessas injúrias, em retaliação, eles assassinariam Utbah Ibn Rabiah, que era daqueles que mais o atacaram.
Sayydunna Abu Bakr As-Sidiq (r.a.a.) permaneceu inconsciente ao longo do dia. As pessoas chamavam-no pelo seu nome para ver se ele (r.a.a.) tinha ou não recuperado os sentidos, mas não obtinham nenhuma resposta.

Contudo, ao anoitecer, ele (r.a.a.) abriu os olhos e deu sinais de consiência. Logo que foi capaz de falar, perguntou: “Como está o Profeta de Allah (s.a.w.s.)?”.

As pessoas ficaram bastante desiludidas ao ouvirem isto e disseram: “O que vem a ser isto? Apesar de toda esta calamidade e depois de estar a beira da morte, ao longo do dia, por causa do Profeta (s.a.w.s.), ele assim que recupera os sentidos não fala de outra coisa a não ser do Profeta (s.a.w.s.)?”.

Eles abandonaram Abu Bakr (r.a.a.) muito repugnados pela seu apego ao Profeta de Allah (s.a.w.s.), ao mesmo tempo que estavam satisfeitos por ele estar livre do perigo.

Eles recomendaram a Umm Khair, mãe de Abu Bakr, que lhe desse alguma coisa para comer. Mas não se importando pela comida, Abu Bakr As-Sidiq (r.a.a.), continuava impacientemente perguntando à sua mãe a mesma coisa: “Como está o Profeta de Allah (s.a.w.s.)?”.

Abu Bakr (r.a.a.), ao ver o desconhecimento de sua mãe sobre o bem estar do Profeta de Allah (s.a.w.s.), pediu-lhe que fosse encontrar com Umm Jamil (irmã de Sayyidunna Umar Ibn Al Khatab – r.a.a.) e lhe perguntasse por notícias do Profeta de Allah (s.a.w.s.).

A mãe não podia recusar este pedido de seu filho (r.a.a.) nesta deplorável condição e assim dirigiu-se rapidamente à casa de Umm Jamil (r.a.a.), a fim de saber do bem estar do Profeta de Allah (s.a.w.s.).

Umm Jamil (r.a.a.) também não revelava o seu Islam, e mantinha-o em segredo, como fazia o restante dos muçulmanos daquele tempo. Por isso, ela (r.a.a.) também ocultou o conhecimento acerca do Profeta (s.a.w.s.) e disse: “Quem é Muhammad e quem é este Abu Bakr? Por que terei algum conhecimento a respeito deles? Contudo, lamento aquilo que aconteceu a seu filho. Se quiseres, posso ir contigo para o ver.”.

Umm Khair concordou e as duas foram ter com Abu Bakr. Umm Jamil (r.a.a.) ao ver o estado em que Sayyidunna Abu Bakr (r.a.a.) se encontrava não resistiu e começou a chorar, dizendo: “Desgraça para aqueles malfeitores que fizeram isto a um homem como Abu Bakr... Que Allah os castigue por este procedimento da parte deles!”.

Apesar daquilo que Umm Jamil (r.a.a.) disse, Sayyiduna Abu Bakr (r.a.a.) tinha as mesmas palavras nas sua boca, e disse: “Como está o Profeta de Allah (s.a.w.s.)?”.

Umm Jamil (r.a.a.) perguntou-lhe a respeito de Umm Khair: “É seguro dizer alguma coisa na presença dela?”.

Abu Bakr (r.a.a.): “Não te preocupes a respeito dela, diz-me rapidamente como está o Profeta de Allah (s.a.w.s.)?”.

Umm Jamil (r.a.a.): “Está bem.”.

Abu Bakr (r.a.a.): “Onde se encontra ele (s.a.w.s.) neste momento?”.

Umm Jamil (r.a.a.): “Na casa de Arqam.”.

Abu Bakr (r.a.a.): “Juro por Allah! Não vou comer nada até que o (s.a.w.s.) veja!”.

A sua mãe estava muito ansionsa em alimentar o filho. Ela sabia que o filho (r.a.a.), após jurar pelo nome de Allah, nunca quebraria seu juramento e, sendo assim, enquanto ele (r.a.a.) não visse o Profeta de Allah (s.a.w.s.), não havia de comer absolutamente nada em quaisquer condições.

Por isso, ela concordou em o levar à casa de Arqam (r.a.a.). Ela teve que esperar até que as ruas ficassem pouco freqüentadas, para que fosse possível levar o filho (r.a.a.) à dita casa, sem que os coraixitas o detectassem.

Quando os dois chegaram à casa de Arqam, Abu Bakr As-Sidiq (r.a.a.), ao ver o Profeta de Allah (s.a.w.s.), agarrou-se a ele (s.a.w.s.), chorando profundamente.
O Profeta de Allah (s.a.w.s.) também chorou e todos os muçulmanos choraram com dor pelo estado em que Abu Bakr As-Sidiq (r.a.a.) se encontrava.

Depois, Sayddunna Abu Bakr (r.a.a.) apresentou sua mãe ao Profeta de Allah (s.a.w.s.) e disse: “Esta é minha mãe, Oh Profeta de Allah! Rezai para ela e recomende-a a aceitar o Islam.”.

Assim, primeiro o Profeta de Allah (s.a.w.s.) rezou por ela e depois convidou a aceitar o Islam. Ela (r.a.a.) aceitou o Islam ali mesmo.

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RELATO NARRADO NO LIVRO FAZAIL-E AMAL – sob o Capítulo XII da Seção Hikáyáte-Sahabah (Vida dos Sahabas – r.a.a.).

sexta-feira, julho 08, 2011

Viemos de Allah e a Ele Retornaremos

Assalamo Aleikum Warahmatulah Wabarakatuhu (Com a Paz, a Misericórdia e as


Bênçãos de Deus)

Bismilahir Rahmani Rahim (Em nome de Deus, o Beneficente e Misericordioso)

“LA TAZULA”: Não farás nenhum movimento, nem darás um passo sem que…

Nadhla Ibn Ubaid al Aslami (Radiyalahu an-hu) relatou que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse:

“Quando chegar o Dia do Juízo Final, todo o servo de Deus

permanecerá de pé e não dará nenhum passo (la tazula), até que preste contas acerca de

quatro questões:

1)- A sua vida, como a empregou:

2)- Do conhecimento obtido, o que fez com ele;

3)- A riqueza, como a obteve e como a gastou:

4)- O seu corpo, como o utilizou. Tirmizi.

É comum ouvirmos as palavras: “o corpo é meu e faço dele o que quiser”.Todos os que estão sobre a terra perecerão; apenas subsistirá a Face do teu Senhor…”. Cur’ane 55-26- 27.

O muçulmano, crente, ao interpretar o versículo do Cur’ane:

Inna Lilahi Wa Inna Ileihi Rájiuna – Proviemos de Deus e para Ele retornaremos” – 2.156, chega à conclusão de que tudo o que existe na terra e nos céus pertence a Deus.

Tudo que temos o nosso próprio corpo com o qual vivemos os nossos bens, os nossos filhos, a nossa família, na substância, nada nos pertence. Inclusivamente a nossa alma, que um dia se separará do nosso corpo, ao nosso Criador pertence e para Ele retornará. Ele é o Proprietário, dá e leva de volta, segundo o Seu critério.

“A Deus pertence tudo o que está há nos céus e tudo o que está na terra…”. Cur’ane, 2:284.

Aquele que sabe que este corpo é da terra, livra-se do orgulho; aquele que sabe que a lei de Deus prevalece, está livre do sofrimento”. Abdullah Al-Ansari Al-Harawi, poeta, 1006/1089.

O corpo humano é uma verdadeira máquina. Perfeita em todos os aspectos, mas sujeita a desgaste. Quando jovens, temos forças para fazer tudo. Conforme a idade vai avançando, a máquina necessita de “manutenção” e as tarefas diárias são executadas com maior esforço.

Muitos deixam para mais tarde, quando forem mais idosos e “maduros” (?) o cumprimento das obrigações religiosas que exigem conhecimento, saúde e esforço (?) físico – as orações, o jejum, o haje. Há muitas exortações a incentivarem para que a prática da religião se inicie o mais cedo, logo a seguir a puberdade.

No entanto, a juventude quer gozar a vida a todo o custo. A procura constante dos prazeres da vida é como beber água do mar, quanto mais bebemos, mais sede temos. Como podemos pretender a outra vida se a nossa luxúria continua sem fim e o nosso desejo é cada vez mais insaciável? Podemos gozar os prazeres da vida, desde que lícitos acompanhados do cumprimento das obrigações religiosas.

O nosso corpo e as nossas roupas devem estar sempre limpos. Um corpo saudável é melhor do que um corpo doente. Referiu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam): “O crente forte é melhor do que o crente fraco e nos dois há o bem”. Ahmad e Muslim. E referiu: “Ó gente, não há melhor coisa dada às pessoas neste mundo do que a convicção e a saúde. Portanto peçam a Deus essas duas coisas”. Ahmad. Por isso, devemos cuidar da nossa saúde, para termos forças para as orações, para o jejum e para trabalharmos para o sustento dos nossos dependentes.

Todos os órgãos do corpo têm a sua quota parte no bom ou no mau comportamento. Na prestação individual de contas, os nossos órgãos darão testemunho do que andamos a fazer.

Não sigas (ó humano) o que ignoras, porque pelo teu ouvido, pela tua vista e pelo teu coração, por tudo isto, serás responsável”.Cur’ane: 17:36. Nesse dia, selaremos as suas bocas; porém, as suas mãos Nos falarão e os seus pés confessarão tudo quanto tiverem cometido.” Cur’ane 36:65.

Os nossos pés e as nossas pernas podem levar-nos para o bom ou para mau caminho, como por exemplo para a visita aos doentes ou para o adultério. A nossa boca e a respectiva língua, são os órgãos mais “perigosos que temos” e que devem ser controlados. Uma palavra mal proferida, é como um bala, depois de disparada, pode provocar danos irreparáveis. Sahl Ibn Saad (Radiyalahu an-hu) referiu que o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) disse: “Uma pessoa que salvaguarda o que tem entre as suas mandíbulas (a língua) e o que tem entre as pernas, garante-lhe a entrada no paraíso”. Bukhari e Muslim.

O coração com os seus desejos e paixões, muitas vezes incontrolados, leva-nos para relacionamentos duvidosos. Há quem venda o corpo para obtenção de meios financeiros. Os olhos, um verdadeiro tesouro, que só damos valor quando os perdemos, quantas vezes também olham para aquilo que não devem?

“Diz aos crentes que recatem seus olhares e conservem os seus pudores…. ”. Cur’ane 24:30.

As nossas mãos, os nossos dedos, também seguram todo o tipo de coisas e por isso, o Profeta Salalahu Aleihi Wassalam recomendou aos seus Sahabas (Radiyalahu an-huma), no zikr, para também contarem com o dedos, os números de vezes em louvor a Deus, como por exemplo, quando dizem Subhánallah, Alhamduliláh e Lá-iláha Ilaláh. Porque os dedos também testemunharão a favor deles. Abdullah Ibn Amr ibn al-As (Radiyalahu an-hu), referiu que viu o Profeta (Salalahu Aleihi Wassalam) contando com os seus dedos, quando glorificava a Deus, o Altíssimo.

Diariamente, alimentamos o nosso corpo e muitas vezes fazemos exercícios físicos para o tornar mais elegante. Mas esquecemos o principal, de alimentar a nossa alma, que será a nossa eterna companhia. Como se apresentará ela nesse derradeiro dia? Envergonhada ou tranquila? “Nesse dia, o homem fugirá do seu irmão, de sua mãe e de seu pai, de sua esposa e de seus filhos. Nesse dia a cada qual lhe bastará a preocupação consigo mesmo. (também) Nesse dia haverá rostos resplandecentes, risonhos, regozijadores”. Cur’ane: 80:34-39.

Quando alguém morre e estão a espera dele para lhe fazerem o Gussal (banho) e vestirem-lhe o cafan (mortalha); perguntam: Quando é que chega o corpo? Já nem chamam o falecido pelo seu próprio nome. Deixou de ser Abdul Gafur ou Mariamo, passou simplesmente a ser um corpo, que veio do ventre da mãe sem nada e vai para a sepultura coberto com um pano branco. É só um corpo e um pano que se vão transformar em pó. Mas a alma, essa, permanecerá eternamente.

“Toda a alma provará o sabor da morte e vos provaremos com o mal e com o bem e a Nós retornareis”. Cur’ane 21:35.

E não te esqueças: Quando chegar o dia do Julgamento Final, “La Tazula”, não farás nenhum movimento, não darás nenhum passo sem que prestes contas…..

"Wa ma alaina il lal balá gul mubin" "E não nos cabe mais do que transmitir claramente a mensagem". Surat Yácin 36:17

Estamos no mês de Shaaban, dentro de dias vamos receber um hóspede - o Ramadan Karim! Vamos recebê-lo com amor como nos ensinou o Profeta de Allah SAAS,

terça-feira, junho 28, 2011

O ISLAMISMO E A ESPADA...

Em nome de Allah o Clemente e Misericordioso!

Louvado seja DEUS, o Senhor do Universo. Presto testemunho de que não há outra divindade além de DEUS, Único, sem parceiros, e presto testemunho de que Mohammad é Seu servo e Mensageiro. Que DEUS abençoe e conceda paz ao nosso Profeta, aos seus familiares e seus companheiros. Amém.

Queridos irmãos e amados leitores, o Profeta Mohammad SAAS nos recomendou a praticar o Lícito e combater o Ilícito. Nós temos recebido grandes manifestações de apreço pelas nossas matérias. No entanto irmãos inimigos da Religião e da Paz, dotados de uma grande intolerância, tem nos enviado anonimamente alguns comentários, inclusive denigrindo nossa Religião e o nosso Amado Profeta SAAS. É claro que lemos todos, refletimos mas, não publicamos. Quem se usa do anonimato são os covardes e os hipócritas, a esses Allah SW detesta mais do que aos infiéis. E nós também não temos nenhum compromisso moral com eles. Publicaremos qualquer comentário desde que, não venham de encontro a nossa conduta e tampouco aqueles que não acrescentam nada na busca do Reino prometido por Allah SW aos crentes e benfeitores.

O Islam é uma religião mundial, constituindo no selo das mensagens divinas. O Rassulullah (S) foi enviado por DEUS para aperfeiçoar a religião e corroborar as Mensagens anteriores, a judaica e a cristã. DEUS, exaltado seja, disse: “E não te enviamos, senão como misericórdia para a humanidade” (21:107). E disse: “E não te enviamos, senão como universal (Mensageiro), alvissareiro e admoestador para os humanos.” (34:28). O Islam veio para orientar a humanidade na adoração somente a DEUS, Único, sem parceiro, o Criador, que nos criou para adorá-Lo.

O Islam está vinculado à paz. Um dos belos atributos de DEUS é Pacífico. Nós nos aproximamos de DEUS com as nossas orações com esse atributo. Se a paz é a mais importante coisa nesta vida, a paz na Outra Vida é tudo. Por isso, DEUS, exaltado seja, denominou o Paraíso com o “Local da Paz” e tornou a saudação dos habitantes do Paraíso: Paz! “Aí a sua mútua saudação será: Paz!” (10:10)

Então, porque algumas pessoas acusam o Islam de ter se expandido por meio da espada?

É uma acusação infundada. O Islam é a religião que não obrigou ninguém a dotá-la. O ingresso das pessoas no Islam tem como causa a força de seu convencimento, vitalidade e veracidade. DEUS, exaltado seja, diz:

"Não há imposição quanto à religião.” (2:256). E disse: “Convoca (os humanos) à senda do teu Senhor com sabedoria e uma bela exortação; dialoga com eles de maneira benevolente.” (16:125). E disse: “Pergunta aos adeptos do Livro e aos iletrados: Tornar-vos-eis muçulmanos? Se se tornarem, encaminhar-se-ão; se negarem, sabe que a ti só compete a proclamação da Mensagem. E DEUS é observador dos Seus servos.” (3:20).

Portanto, a religião do Islam e seus seguidores não impuseram a ninguém segui-lo, não obrigaram nenhuma nação de adotar o Islam, e isso é testemunhado pelos escritores ocidentais. O Lord Headley, em suas memórias “Rowland Allanson –Winn” diz: Mohammad nunca tentou obrigar ninguém a adotar o Islam.”

O historiador francês Gustave Le Bon, em seu livro “A Civilização Árabe”, diz: “A força não foi utilizada para a divulgação do Alcorão. Os árabes deixaram aos derrotados a liberdade religiosa. Na verdade, os povos não conheceram conquistador mais piedoso e tolerante que o árabe. Nunca houve uma religião mais tolerante do que a religião deles. A história confirmou que as religiões não podem ser impostas pela força. O Islam não se expandiu, então, pela espada, mas apenas pela divulgação e propagação. Povos conquistadores que derrotaram os árabes adotaram o Islam, como os turcos e os mongóis.” (A Civilização Árabe, págs. 128 e 129).

O Tradutor do Alcorão, George Sale, diz: “Aquele que afirma que o Islam expandiu apenas com a força da espada está redondamente errado, pois muitas localidades adotaram o Islam sem que qualquer presença das forças muçulmanas nelas.” (Introdução da Tradução inglesa do Alcorão Sagrado, publicada em 1736 E.C.)

O Islam participou de guerras de defesa contra vários povos, como o romano e o persa. O Profeta (S) começou o diálogo com eles de melhor forma, enviando-lhes mensageiro para orientá-los para a luz do Islam, sem imposição. Porém, esses povos combateram os muçulmanos. O dever destes era enfrentar a agressão. Certamente, enfrentar o mal e os agressores é um dever em todas as religiões. É o que foi dito por Jesus (AS) no final de sua vida, quando descobriu a trama dos judeus contra ele. Ele disse: “Mas agora, aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e, quem não tem espada, venda o seu vestido e compre-a.” (Lucas, 22:36). A maldade precisa ser enfrentada com a força. A conversa e o diálogo apenas não são suficientes.

O Filósofo americano, Will Durant, disse que o número de anos de guerra da humanidade é de 3421 anos e o número dos anos de paz é de 268 anos. Isso comprova que quando o mal aumenta deve ser enfrentado.”

Os muçulmanos quando ingressaram em muitos países não obrigaram ninguém a adotar o Islam, deixando a todos a liberdade religiosa, protegendo igrejas e sinagogas. Os cristãos, na época de Decledianus, sofreram perseguições, assassinatos, a tal ponto que foi denominada de época dos mártires. Isso, sem contar com os pesados impostos sobre o povo egípcio. Quando o Islam chegou, trouxe com ele a justiça, impondo apenas a jizia (taxa de proteção) para aquele que conseguia empunhar armas, não obrigando o cristão defender a religião que ele não adota. Algumas fontes cristãs do Egito disseram que 30% dos Coptas do Egito pagavam esse imposto.

Podemos imaginar como os povos que agrediram os muçulmanos se converteram ao Islam quando perceberam a sua tolerância, a exemplo dos tártaros e dos cruzados. Quem analisa a vida do Rassulullah (S) descobre que a primeira batalha travada pelos muçulmanos foi 15 anos depois do início da revelação, a batalha de Badr, em defesa da divulgação e dos muçulmanos. Em todas as batalhas que o Rassulullah (S) participou foram mortos 756 pessoas de ambos os lados, 317 muçulmanos e 439 inimigos. O Rassulullah (S) não matou sequer um só inimigo. Algumas narrativas revelam que ele matou um só inimigo.


“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Contribuição do Irmão: Omar Hussein Hallak



segunda-feira, junho 20, 2011

ALLAH O CRIADOR‏ - ÚNICO E SEM PARCEIROS JAMAIS GEROU OU FOI GERADO

O Louvor é para Allah, O Louvamos, Imploramos Sua ajuda e Suplicamos o Seu Perdão. E nos refugiamos em Allah contra o mal das nossas almas e das nossas más ações. Aquele a quem Allah guiar ninguém poderá desencaminhar e aquele a quem Allah desencaminhar ninguém poderá encaminhar. Testemunhamos que não há divindade digna de adoração exceto Allah e Testemunhamos que Muhamad é Seu servo e mensageiro. E que a paz e as bênçãos de Allah esteja com o Profeta Muhamad e com seus familiares, seus companheiros, e todos aqueles que seguirem seu exemplo até o Dia do Juízo, Allahuma Amin.


A importância de conhecermos Allah através dos Seus Nomes e Atributos. Qual é o objetivo dos Nomes e Atributos de Allah? O Objetivo é conhecermos Allah SWT . E o acontecerá se nós chegarmos a conhecer a Allah? O Amaremos, O Obedeceremos, desejaremos buscar a Satisfação de Allah, desejaremos o Paraiso, e nossos olhos chorarão pela saudade de se encontrar com Allah SWT enquanto os outros temem a morte. Se conhecermos Allah SWT observaremos a Sua sabedoria infinita e Seu conhecimento ilimitado, descobrindo a Sua Misericórdia, Bondade, Afetuosidade e Amor pelos Seus servos. Vejamos os versiculos do Quran, Allah SWT disse:

“Taha.Não te revelamos o Alcorão para que te mortifiques.Mas sim como exortação aos tementes. É a revelação de Quem criou a terra e os altos céus, Do Clemente, Que assumiu o Trono. Seu é tudo o que existe nos céus, o que há na terra, o que há entre ambos, bem como o que existe sob a terra. Não é necessário que o homem levante a voz, porque Ele conhece o que é secreto e ainda o mais oculto. Deus! Não há mais divindade além d’Ele! Seus são os mais sublimes atributos.” (20: 1- 8)

Se observarmos os versiculos do Quran veremos que todos eles querem nos fazer conhecer nosso Senhor. Quando digo em conhecer a Allah através dos Seus nomes não me refiro a conhecê-lo artificialmente, mas sim com um conhecimento profundo que estremeça nossa alma, um conhecimento sem o qual não conseguiríamos viver sem ele, esse é o conhecimento que temos que buscar. Vejamos um ex. Allah SWT criou a água com 2 objetivos principais: um maior e o outro menor. O menor é para satisfazer a sede dos Seus servos e assim sobrevivamos. Se você ao beber um copo de água se ater a questão de que foi criada para satisfazer a sua sede terás entendido apenas o objetivo menor da água. Agora se você beber a água e dirigir a tua mente para Allah, O Sustentador enquanto diz: “Glorificado seja Aquele que fez com que o meu sustento descesse de uma nuvem que navega pelos céus” então aí sim terás entendido o objetivo maior da criação da água que é que conhecamos Allah e o Seu nome O Sustentador (Ar Razaq).

Disse o Profeta SAAS: “Allah tem 99 Nomes. Quem memorizá-los e conhecê-los entrará no Paraiso”. Isso não se trata que simplesmente decoremos os nomes de Allah e sim aprendermos a viver com cada um desses nomes em cada situação da nossa vida.

Certa vez num sermão que o Profeta SAAS estava dando aos seus companheiros ele recitou o seguinte versículo:

“No Dia da Ressurreição, a terra, integralmente, caberá na concavidade de Sua Mão, e os céus estarão envolvidos pela Sua mão direita. Glorificado e exaltado seja de tudo quanto Lhe associam!” 39: 67

E logo após levantou sua voz dizendo: “Allah SWT Glorifica a si mesmo, Ele disse: ‘Eu sou o Soberano, O Onipotente, o Vitorioso, o Custodiador...’ e o Profeta SAAS continuou falando os nomes de Allah e Ibn Omar relata que o mimbar (púlpito) onde estava o Profeta SAAS começou a tremer, ou seja, a madeira que estava em contato com o Profeta SAAS comecou a se mover e tremer pela Majestade de Allah SWT . Disse Ibn Omar: “Corri e fiquei abaixo do mimbar com medo que o Profeta SAAS caísse”.

Allah SWT nos concedeu 2 coisas para conhecer os Belos Nomes de Allah SWT. Um deles é um livro com o qual lemos, ou seja, o Quran, e o outro é algo que se contempla, que é o Universo. Vejam como Allah nos ensina no Seu livro. Disse Allahu Taala:

“Os setes céus, a terra, e tudo quanto neles existe glorificam-No. Nada existe que não glorifique os Seus louvores! Porém, não compreendeis as suas glorificações.” 17:44

Com isso o que Ele SWT nos diz? Nos diz que se nós pudessemos ouvir o sol, a lua, os mares, o universo, eles nos diriam: La ilaha ila Allah (Não há divindade exceto Allah)!! Irmãos, todo o universo é uma grande mesquita onde aprendemos os nomes mais belos de Allah SWT.

Bom, o nome de Allahu Taala que falaremos hoje é um nome que todos nós conhecemos. Disse Allahu Taala no Quran: “E se lhes perguntares Quem criou os céus e a terra, dirão: Allah” (31:25). O nome de hoje é Al Khaliq (O Criador). Qual é a identificação do Al Khaliq? Al Khaliq é Aquele que cria tudo do nada!

O que significa conhecer Al Khaliq (o Criador)? Existem 2 tipos de conhecimento:

1) Reconhecer a Sua existência. Esse tipo de conhecimento qualquer pessoa adquire, até mesmo um não muçulmano ou incrédulo. Por isso Allah SWT disse: “E se lhes perguntares Quem criou os céus e a terra, dirão: Allah” (31:25)

2) É o conhecimento que encerra Amor, ou seja, o amor pelo Criador, que implica a vergonha de Lhe desobedecer ao saber que Ele é o Teu Criador. Esse é o conhecimento da submissão, de adorar a Allah como Ele merece ser adorado, é o conhecimento de saber como realizar a função para a qual você foi criado.

Disse Allahu Taala:

“Allah é o Criador de tudo e é de tudo o Guardião.” 39:62

E disse: “Allah é o Criador de todas as coisas, porque Ele é o Único, o Irresistibilíssimo!” (13:16). Ou seja, tudo é criatura exceto Allah. Disse Allah SWT: “Acaso não Lhe pertencem a criação e o poder?” (7:54)

E disse também: “Oh humanos, adorai vosso Senhor, Que vos criou bem como vossos antepassados, quicá assim torna-vos-íeis virtuosos” (2:21)

Existem 3 dos nomes de Allah que parecem ter o mesmo significado, mas que se diferem nas suas funções e etapas. Disse Allah SWT: “Ele é Allah, O Criador, O Iniciador da criação, O Configurador, Dele sao os mais belos nomes.” (59:24). Qual é a diferenca nesses 3 nomes:

O Criador é Aquele que cria do nada. O Iniciador é Aquele que cria a criatura com uma função pré-fixada. E o Configurador é Aquele que estabelece a forma final, ou seja, cada criatura tem uma imagem determinada: o ser humano, o elefante, a formiga e qualquer outra criatura. Allah disse: “Ele é Quem vos configura nas entranhas como Lhe apraz” (3:6).

Como entender melhor Quem é o Criador? Disse Allahu Taala: “Dize: Allah é o Criador de todas as coisas” (13:16). Vamos entrar em detalhes, vamos falar da criação desde o principio. Vamos falar do que havia antes de toda a criação. Certa vez uma tribo do Yemen se dirigiu ao Profeta SAAS e disse: “Oh Mensageiro de Allah queremos que nos ensines a religião e desejamos lhe perguntar sobre a origem das criaturas”. O Profeta SAAS disse: “Antes de tudo estava Allah e não havia nada além Dele”.

Qual foi a primeira coisa a ser criada? Disse o Profeta SAAS: “A primeira coisa que o Criador criou foi o cálamo e lhe ordenou: ‘escreva!’e ele começou a escrever tudo o que iria acontecer até o Dia do Juizo.” (Bukhari)

Após isso, Allah SWT criou os céus e a terra. Disse Allah SWT:

 “Vosso Senhor é Allah, Que criou os céus e a terra em seis dias, logo assumiu o Trono para reger todas as coisas.” 10:3

“Criamos os céus e a terra e, quanto existe entre ambos, em seis dias, e jamais sentimos fadiga alguma.” 50:38

O Profeta SAAS disse:

“O primeiro céu em comparação com segundo é como um grão no deserto. O segundo céu em comparação ao terceiro é como um grão no deserto.O terceiro em comparação ao quarto é como um grão no deserto.O terceiro com relação ao quarto, o quarto em comparação com o quinto, o quinto em comparação com o sexto, o sexto em comparação com sétimo é como um grão no deserto.O sétimo céu em comparação com o Trono de Allah é como um grão no deserto, e o Trono de Allah na Mão de Allahu Taala é como um grão no deserto.”

Agora eu pergunto: Qual é o seu tamanho em relação a tudo isso? Somos muito pequenos irmãos, mas somos a criação mais querida de Allah SWT.

Depois disso criou os anjos, que não eram nada. Criou-os em grandes quantidades e com grande beleza. Criou-os da luz. E porque da luz? Porque eles seriam encarregados de levar a mensagem e a orientação à terra. E a luz é algo puro e que guia ao caminho correto.

Após isso criou os gênios do fogo. E aqui vem a grande estupidez do Shaytan ao dizer com orgulho: “sou superior a ele. A mim criaste do fogo, e a ele do barro.” Pensando que o fogo é melhor do que o barro. A natureza do fogo nos indica a destruição, o aniquilamento, apesar de todas as vantagens do fogo, o mal está presente nele. Enquanto que o barro não, o barro indica ao contrário, o bem, o progresso, e o crescimento.

Depois disso, criou as demais criaturas, todas as espécies de peixes, insetos, plantas de todos os tipos, figuras e cores, tudo isso antes da nossa criação! Como não vamos nos prostrar perante a Sua Majestade? Como não realizarmos nossa função para a qual fomos criados quando as criaturas inferiores a nós fazem o seu papel? Vamos nos sentir realmente Servos do Criador! Cada criatura foi criada conforme a função mais adequada a sua existência, a terra foi preparada completamente com os rios, nuvens, árvores, plantas etc...tudo isso foi preparado para a Criação do nosso pai Adam AS. Disse Allahu Taala: “Essa é a Criação de Allah! Mostrem-me o que criaram aqueles que adorais além Dele!” (31:11)

Após isso tudo veio a criação do ser humano...disse Allah SWT : “Acaso não transcorreu um longo período, em que o homem nada era?” (76:01)

O ser humano foi criado de um punhado de terra. E foi criado com as mesmas caracteristicas da terra. Entre os humanos existe o fraco e o forte, o bom e o ruim, o produtivo e o improdutivo. Allah mesclou essa terra na água e nos criou a partir do barro. Disse Allah SWT: “Recorda-te de quando teu Senhor disse aos anjos: De barro criarei um homem” (38:71).

Allah SWT criou o ser humano com os dois elementos mais puros que existem na terra. A água serve para a ablução e a terra serve para o tayamum (ablução simbólica). Portanto o ser humano foi criado puro e limpo, não vamos poluir nossa criação pura com os nossos pecados! Logo Allah SWT deixou que o barro endurecesse formando um barro argiloso. Disse Allah: “Criamo-los do barro argiloso” (37:11). E então Allah SWT criou com Suas próprias Mãos Adam dando-lhe a forma humana. Allah disse a Iblis (Lúcifer): “O que te impede de te prostrarem ante o que criei com Minhas mãos?” (38:75). Essa é uma expressão que Allah SWT não utilizou para falar de nenhuma criatura exceto do ser humano. Após isso esse barro argiloso se converteu em argila seca ficando na forma de uma estátua, e então Allah insuflou nele do Seu espírito. Agora eu pergunto: Qual é o segredo desse sopro? Subhan Allah, desse sopro de Allah num corpo sólido, imediatamente começaram a fluir o sangue, os olhos se movem, o coração bate, e a vida surge. Com um sopro a vida surgiu e com um sopro tudo que existe na humanidade perecerá, onde está a força e o poderio do ser humano?

Allah SWT disse num hadith Qudsi: “Oh Meu servo! Te tirei do nada para a existência e Te concedi o ouvido, a vista e o coração. Oh Meu servo Te protejo e não me temes, te recordo, mas tu me esqueces, tenho pudor ao que diz respeito a Ti e tu não, quem é maior do que Eu nessa existência? Quem bateu na Minha porta sem que Eu abrisse? Quem Me pediu algo sem que Eu concedesse? Acaso Sou avaro para que Meus servos sejam Comigo??”

Em outro hadith disse Allahu Taala: “Oh Filho de Adam! Te criei com Minhas Mãos e te fiz crescer com as Minhas graças e tu Me contradizes e desobedeces! Se voltares até Mim te aceitarei. Onde encontrarás um Deus como Eu? Pois Eu Sou o Perdoador e o Maior dos Misericordiosos!”
SWT criou Suas criaturas de várias formas, vejamos:

1) Criou Adam sem homem e sem mulher

2) Criou Hawa (Eva) a partir de um homem, mas sem uma mulher

3) Criou Isa (Jesus) a partir de uma mulher sem um homem

4) E nos criou a partir de ambos, por que Ele tem o poder Absoluto sobre tds as coisas. A Ele basta dizer: Seja e é. Da mesma forma basta a Ele ordenar: Desapareça e tudo desapareceria.

Que cada um de nós reflita na sua própria criação. Como eu consigo falar? Mover-me? Caminhar? Piscar meus olhos? Quem me concedeu isso tudo? Quem me concedeu um cérebro para que eu pudesse raciocinar? Allah SWT, o Criador!

Mas vejamos as criaturas na nossa volta e a maravilhosa criatividade e poder do Criador do Universo:

*A Criação de Allah é criada sem nada semelhante como base. Vejamos que o ser humano não faz nada além de imitar de forma incompleta a criação de Allah nas coisas que ele cria. Por ex. o submarino é uma imitação incompleta de um peixe, o avião é uma imitação incompleta das aves, a câmera é uma imitação incompleta dos olhos, e assim por diante.

* A Criação de Allah não requer ferramentas. Já o homem precisa de milhões de ferramentas para criar qualquer coisa, já Allah não necessita disso já que Ele é o Criador das ferramentas.

*A Criação de Allah não requer retificações. Já para o homem o modelo do carro em 1995 é diferente do modelo 2006 porque vão se descobrindo falhas que requerem modificações e reajustes em suas criações, mas nós nunca ouvimos falar de novo modelo de ser humano 2006. Allah cria as Suas criaturas desde o primeiro momento perfeito, sem necessidade alguma de reforma. Disse Allahu Taala:

“Bendito seja Aquele em Cujas mãos está a Soberania, e que é Onipotente; Que criou a vida e a morte, para testar quem de vós melhor se comporta – porque é o Poderoso, o Indulgentíssimo -, Que criou sete céus sobrepostos; tu não acharás imperfeição alguma na criação do Clemente! Volta, pois, a olhar ! Vês, acaso, alguma fenda? Novamente, olha e torna a fazê-lo, e o teu olhar voltará a ti, confuso e fatigado.” 67: 1-4

* A Criação de Allah é infinita. O homem sempre acabará repetindo algo na sua invenção. Agora reparem na criação de Allah: As cores infinitas dos peixes, das folhas das árvores, das flores, dos perfumes, das caracteristicas das pessoas, criações infinitas e distintas umas das outras.

* A Criação de Allah não se desatualiza ficando antiga. Agora reparem nos modelos das roupas nos anos 60 ou então nos móveis daquela época e reparem como ficaram fora de moda, antigos. Agora vocês já ouviram alguém falar que uma determinada árvore está fora de moda? As pessoas não deixaram de plantar flores devido a sua antiguidade, nem as consideraram fora de moda.

*A Criação de Allah é pura beleza. Já imaginaram se o universo fosse em preto e branco? Subhan Allah que criou maravilhosas criaturas de diferentes tons e cores que jamais ninguém havia visto! Alguém alguma vez contemplou os peixes ou as borboletas e não gostou das cores delas?

*Allah reitera a Sua Criação e isso demonstra mais uma vez o Seu poder. Quando os humanos inventam algo talvez não consiga criar outro igual. Já repare como a cada primavera Allah SWT dá vida as arvores, flores, plantas e criaturas. E essa é uma prova do Dia da ressurreição, pois Aquele que revive as flores a cada primavera pode perfeitamente reviver o ser humano após a sua morte.

*Allah cria a partir de objetos pequenos. Já um homem precisa para qualquer coisa de uma grande fábrica ou máquina com inúmeras ferramentas. Já Allah criou o homem a partir de um esperma, a árvore a partir de uma semente, as aves a partir de um ovo.

E por fim, Allah criou o Universo de acordo com os nossos gostos, de forma que isso nos trouxesse felicidade e alegria. Subhan Allah Al Khaliq, poderia haver outro Criador além Dele?

Irmãos olhem e reflitam sobre as criaturas a nossa volta. Reflitam em como Allah SWT fez as suas criaturas. Disse Allahu Taala:

“Allah não Se furta em exemplificar com um insignificante mosquito ou com algo maior ou menor do que ele. E os fiéis sabem que esta é a verdade emanada de seu Senhor. Quanto aos incrédulos, asseveram: Que quererá significar Allah com tal exemplo? Com isso desvia muitos e encaminha muitos outros. Mas, com isso, só desvia os depravados.”2:26

Você já reparou num mosquito? A aventura do pequeno mosquito começa quando a mãe mosquito põe seus ovos em lagoas ou folhas molhadas. Ela não bota os seus ovos de qualquer jeito. Ela os alinha caprichosamente, lado-a-lado. Os ovos lembram uma jangada. Você sabe por que a mãe mosquito arruma seus ovos desta forma? Ela arruma seus ovos desta forma porque, deixados na água, eles poderiam afundar facilmente. Se eles estiverem unidos, já não correm o risco de afundar. Os ovos brancos, que a mãe alinha com cuidado, imediatamente começam a ficar escuros. Os insetos e os pássaros não enxergam facilmente os ovos por causa da cor escura. Desta maneira, os ovos estão a salvo dos ataques dos insetos e dos pássaros. Mas, como os ovos de mosquitos, tão pequenos, aprenderam a mudar de cor?

Obviamente estes pequenos ovos não têm essa sabedoria. O mosquito mãe também não sabe como mudar esta cor. Allah é quem muda a cor dos ovos do mosquito para protegê-los. Os pequeninos, que estão dentro dos ovos, logo se tornam parecidos com vermes, que são chamados de larva. Estas larvas, ficam na água de cabeça para baixo. Como será que estas larvas respiram enquanto estão com a cabeça em baixo d'água? Allah as criou com um órgão que permite que elas respirem. Você sabe como é este órgão? Ele é parecido com um tubo de mergulho utilizado pelos mergulhadores. A parte de cima do tubo fica fora da água. O ar que passa através deste tubo permite ao pequeno mosquito, que está dentro d'água, respirar. Este tubo permanece fora d'água, mas mesmo uma onda fraca pode fazer com que entre água neste tubo e isto faria com que o mosquito afundasse. Mas isto não acontece, porque no final deste tubo há uma substância pegajosa que não permite a entrada da água. O mosquito troca sua pele duas vezes e finalmente o mosquito entra em uma fase chamada de estágio de pupa. Dentro da casca ou casulo, o mosquito amadurece completamente e toma a verdadeira forma de mosquito. Ele está pronto para voar com suas asas, antenas, boca, patas, e os olhos que tomam grande parte da cabeça. Mas primeiro ele precisa sair da casca.

Primeiro o casulo se rompe do lado da cabeça do mosquito. O mosquito enfrenta um grande perigo antes de nascer. O que aconteceria se o casulo se enchesse de água? Ele afundaria. No entanto, a parte da cabeça no casulo está coberta por uma substância especial que protege a cabeça do mosquito para não entrar em contato com a água. Este é um momento muito importante porque o mosquito precisa ficar na ponta dos pés na água e não pode molhar suas asas. Mesmo um vento fraco poderia derrubar o mosquito na água e ele morreria. Glorificado seja Allah, o Poderoso, O Criador!

Disse Allahu Taala:

“Porventura, não reparam nos camelídeos, como são criados?” 88:17

Vejamos: Primeiramente os camelos guardam dentro deles, por longos períodos, a água que bebem, e podem matar a sede com a água que carregam dentro deles. A boca e os lábios dos camelos são super resistentes Por isso eles podem se alimentar facilmente com plantas cheias de espinhos e assim saciar sua fome.

Também o pelo que cobre a pele do camelo o protege do calor intolerável. Allah fez os camelos com patas largas porque eles sempre caminham nas areias do deserto, e assim não afundam na areia. Allah fez a sola das patas do camelo bem grossa, para que nunca se queimem na areia quente. No deserto sempre ocorrem tempestades de areia. Você já sentiu um vento bem forte quando estava na praia? Você não podia abrir os olhos porque precisava protegê-los para que não entrasse areia. E se o vento ficasse mais forte não seria possível enxergar nada à frente. No entanto, os camelos têm duas camadas de cílios. Estes cílios se entrelaçam como uma tela, e protegem os olhos dos camelos durante as tempestades.

E quanto às plantas? Já repararam que de um mesmo solo Allah SWT faz brotar diferentes plantas e frutos um completamente diferente do outro, seja em suas cores, seja nos sabores ou nas formas. Do mesmo solo saem morangos, maças, bananas, abacaxis, flores, etc. Cada planta, verdura, flor e fruta têm diferentes cheiros, cores e sabores. Os damascos, pêssegos, a melancia, as laranjas, cerejas, morangos, bananas, uvas e figos, têm diferentes sabores, cheiros e formas.

São infinitas as criações de Allah, e cada vez que mais contemplamos mais sentimos e amamos o nosso Criador. Vejamos como Allah SWT nos ensina a contemplar a Sua criação no Quran. Allah SWT disse:

“Porém, não reparam, acaso, no céu que está acima deles? Como o construímos e o adornamos, sem abertura aparente? E dilatamos a terra, fixando nela (firmes) montanhas, produzindo aí toda a formosa espécie, em pares, Para a observação e recordação de todo o servo contrito. E enviamos do céu a água bendita, mediante a qual produzimos jardins e cereais para a colheita. E também as frondosas tamareiras, cujos cachos estão carregados de frutos em simetria, Como sustento para os servos; e fazemos reviver, com ela, (a água) uma terra árida. Assim será a ressurreição!” 50: 6 –11

“Acaso, não fizemos da terra um leito, E das montanhas, estacas? E não vos criamos, acaso, em casais, Nem fizemos o vosso sono, para o descanso, Nem fizemos a noite, como um manto, Nem fizemos o dia, para ganhardes o sustento? E não construímos, por cima de vós, os sete firmamentos? Nem colocamos neles um esplendoroso lustre? Nem enviamos, das nuvens, copiosa chuva, Para produzir, por meio desta, o grão e as plantas, E frondosos vergéis?” 78: 6-16

Imaginem que alguém visse pela primeira vez o milagre da noite e do dia, de como Allah insere o dia na noite e a noite no dia, ou então o nascer do sol ou o por do sol, por Allah que teria se prostrado diante da Grandeza e do Poder de Allah SWT. Por isso Allah SWT disse:

A Allah pertence o reino dos céus e da terra, e Allah é Onipotente. Na criação dos céus e da terra e na alternância do dia e da noite há sinais para os sensatos, Que mencionam Allah, estando em pé, sentados ou deitados, e meditam na criação dos céus e da terra, dizendo: Ó Senhor nosso, não criaste isto em vão. Glorificado sejas! Preserva-nos do tormento infernal” 3:189-191

Irmãos reflitam no mundo a nossa volta, em tudo vemos sinais de Allah e de Sua existência e poder, vamos olhar de agora em diante ao universo como uma grande mesquita onde cada criatura por menor que seja glorifica a Allah SWT, o Criador.

Nosso objetivo de hoje é sair daqui com o coração preenchido pelo amor ao nosso Criador que criou tudo e aperfeicoou a sua criação. Além de amá-lo que nós realmente nos sintamos servos do Criador, e estejamos completamente submissos a ele. E ainda, além disso, que nos envergonhemos de desobedecer ao Criador, que nos envergonhemos dos nossos pecados, de não obedecermos Àquele que nos criou, modelou e aperfeicoou, enquanto todas as criaturas se submetem a Ele cumprindo com o objetivo para o qual foram criados. Tudo isso Allah criou para nós, Allah fez com que de todas essas criaturas nós fossemos os racionais, e submeteu todas elas a nós, e nós, criaturas principais desse Universo, não cumpriremos com o nosso objetivo de adorar a Allah?

“Ó humano, o que te fez negligente em relação ao teu Senhor, o Generoso, Que te criou, te formou, te aperfeiçoou, E te modelou, na forma que Lhe aprouve?” 82:6-8

Disse Allahu Tala:

Criamos o homem na mais perfeita proporção. Então, o reduzimos à mais baixa das escalas, Salvo os fiéis, que praticam o bem; estes terão uma recompensa infalível.” 95:4-6

Glorificado e Louvado seja Aquele que nos criou e nos aperfeiçoou!! Subhan Allah Al Khaliq!!

Ya Allah somos Teus servos, filhos dos teus servos, filhos da tuas servas, nossas vidas estão em Suas mãos, Teu comando está sobre nós e é justa a Tua conclusão sobre nós, Te imploramos por todos os nomes que a Ti pertencem que faça com que o Quran Karim seja a primavera dos nossos corações, e a luz dos nossos peitos, e a partida da nossa tristeza e da nossa ansiedade. Ya Allah ensina-nos dele aquilo que não sabemos e nos lembre do que esquecemos, e nos agracie com a leitura dele durante os dias e durante as noites com a intenção de alcançar a Tua satisfação. Permita que o Quran seja uma testemunha a nosso favor e não contra nós. Ya Allah imploramos por Tua misericórdia que abrange todas as coisas que Tu nos perdoes e aceite nosso arrependimento, pois Tu és o perdoador. Glorificado e louvado sejas, testemunhamos que não há divindade além de Ti em Ti procuramos o perdão e para Ti nos voltamos arrependidos. Glorificado e louvado seja Allah, pelo numero de suas criações, pela Sua Satisfação, pela beleza do Seu Trono, e Pela tinta de Suas palavras. Amin!

E que a paz e as bênçãos de Allah estejam com o Profeta Muhamad SAAS e com todos seus seguidores, e Louvado seja Allah Senhor do Universo!

Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Contribuição: Irmão Omar Hussein