quarta-feira, setembro 08, 2010

SALÁTUL-IDE (FESTA DO DESJEJUM)

SALÁTUL-IDE 
Por Sheikh Sulaiman H. Fonseca adaptado por Ibrahim Mustafa Ammar

É relatado no Bukhari e Musslim de que Abu Sa’íd Al-Khudri (Que Deus esteja satisfeito com ele) narra que nos dias de Idul-Fitr e Idul-Ad’há, o profeta Muhammad (A paz de Deus esteja com ele) costumava sair para o Mussallah (Idgáh) e a primeira coisa que fazia era o Salát; em seguida, dirigia-se às pessoas para proferir o Khutbah (Exortação) enquanto elas permaneciam sentadas nas suas fi leiras.

MÉTODO DE REALIZAÇÃO
O Salátul-Ide consiste em dois rakátes Sunnat, com alguns Takbir extras em relação aos Salátes habituais. Segundo o Imám Abu Hanifa, ao todo são feitos seis Takbir extras, sendo três no primeiro rakát, logo após o Saná e antes de recitar o Suratul-Fátiha, e outros três no segundo rakát, depois de recitar o Quirát e antes de se dirigir para o Rukú.

De acordo com os Imámes Sháfi , Málik e Ahmad, este Salát contém doze Takbir extras, sendo sete no primeiro rakát, pronunciados tal como no método anterior, e cinco no segundo rakát, também antes de recitar o Suratul-Fátiha.

ONDE EFETUAR O SALÁTUL-IDE?

Este Salát deve ser constituído por um grande ajuntamento e realizado nas imediações da cidade, de forma a demonstrar o dinamismo e vigor dos muçulmanos. 
De acordo com a tradição do Profeta (A paz de Deus esteja com ele), efetuá-lo nas imediações da cidade é melhor e mais virtuoso do que efetuá-lo dentro da cidade [Fatáwa Darul-Ulum, Vol. 5].

Entretanto, como nas grandes cidades é difícil definir um Idgáh nas suas imediações, então é necessário escolher um terreno amplo e aberto para tal. Contudo, deve-se esforçar na medida do possível para preparar um grande ajuntamento, pois isso é melhor em comparação a muitos Idgáh pequenos [Ahssánul-Fatáwa, Vol. 4].

Efetuar este Salát no Idgáh é Sunnat Mu’akkidah e aqueles que assim não o fizerem sem razão válida, são dignos de repreensão e censura e serão considerados pecadores. Caso o Idgáh se localize a uma certa distância e seja inconveniente para idosos e doentes, então é permitido para essas pessoas fazerem-no na Mesquita [Fatáwa Rahimiyah, Vol. 1].

O Salátul-Ide efetuado na Mesquita é válido, pois existem narrações em que os Khalifas Umar e Ussmán (Que Deus esteja satisfeito com eles) assim o fizeram devido à chuva, ou seja, por existir uma razão válida, tal como já foi dito anteriormente. Porém, efectuá-lo no Idgáh é uma tradição do Profeta (A paz de Deus esteja com ele), e fazê-lo noutro lugar sem um motivo válido é o mesmo que contrariar o Sunnat [Fatáwa Darul-Ulum, Vol. 5].

Algumas pessoas acham melhor fazer este Salát na Mesquita alegando que o Profeta (A paz de Deus esteja com ele), optou por um lugar amplo devido à incapacidade da Mesquita An-Nabawi (Mesquita do Profeta) de acomodar todos os Sahábah presentes. Contudo, isto não é correto pois se a causa fosse esta, o Profeta (A paz de Deus esteja com ele),  ordenaria que se fizesse o Salátul-Ide noutras Mesquitas tais como Qubá ou Quiblatain, que já existiam na altura.

Outros optam por juntar os frequentadores nas respectivas Mesquitas e efetuar este Salát sozinhos, talvez pelo simples protagonismo ou por questões de liderança nos diferentes rituais. De fato, o que era costume é que os Sahábah sempre se juntavam num único lugar e realizavam aí as cerimônias de Ide, todos unidos.

O Salátul-Ide era realizado nas imediações da cidade de Madina, num lugar previamente designado como Idgáh; nessa época, não havia paredes à volta, era um lugar amplo e aberto e localizava-se a cerca de 300 metros da Mesquita An-Nabawi [Ma’áriful-Hadice, Vol. 3].

A PRESENÇA DE MULHERES NO IDGÁH

É relatado por Bukhari, Musslim e outros de que o Profeta (A paz de Deus esteja com ele), aconselhava vigorosamente às mulheres a estarem presentes no Idgáh. Umme Atiyya (RTA) narra que elas eram aconselhadas (e numa outra narração consta que o Profeta (A paz de Deus esteja com ele), as aconselhava) a trazer para o Idgáh as adolescentes, as caseiras (mulheres que permanecem a maior parte do tempo em casa) e as menstruadas e estas (menstruadas) não se juntavam ao Salát [Bukhari].

Numa outra narração consta que o Profeta (A paz de Deus esteja com ele), trazia para o Idgáh as adolescentes, as castas, as caseiras e as menstruadas e estas últimas não se juntavam ao Salát mas presenciavam o ajuntamento dos muçulmanos [Musslim, Tirmizhi]. Ibn Abbass  narra ainda que o Profeta (A paz de Deus esteja com ele),  trazia as suas esposas e filhas para os dois Ides [Ibn Májah, Baihaqui].

E de acordo com um Hadice relatado por Nassaí, o Profeta (A paz de Deus esteja com ele), declarou que deixassem que as adolescentes, as caseiras e as menstruadas se apresentassem no Idgáh, e que estas últimas se abstivessem do Salát.

Consta ainda numa narração considerada autêntica e mencionada no Mussannaf Ibn Abi Shaiba em que Abu Bakr (Que Deus esteja satisfeito com ele) afirma que é direito de toda a mulher presenciar os dois Ides. Portanto, depreende-se destas narrações autênticas de que faz parte do Sunnat a mulher participar nas cerimônias do dia de Ide tais como escutar o Khutbah, participar no Duá e, para aquela que não estiver no seu período menstrual, juntar-se ao Salátul-Ide. Entretanto, a mulher deve prestar muita atenção em não sair de casa sem cumprir devidamente o Hijáb e nem sair toda maquiada, ornamentada ou perfumada, para não atrair a atenção de homens estranhos pois isso é expressamente proibido. Assim sendo, efetuar o Salátul-Ide na Mesquita impede à mulher que esteja no seu período menstrual de presenciar as outras práticas para além do Salát, pois nesta condição ela não pode frequentar a Mesquita.

De fato, o Sunnat é efetuar este Salát no Idgáh tal como o Profeta (A paz de Deus esteja com ele) sempre fez e aconselhou também às mulheres a participarem. Infelizmente, estas duas comprovadas tradições do profeta Muhammad (A paz de Deus esteja com ele) tendem a desaparecer devido ao desleixo de alguns dirigentes e teólogos muçulmanos, pois são iniciativas que não dependem da vontade apenas dos crentes. Vamos esforçar-nos para corrigir estas práticas, pois o Profeta (A paz de Deus esteja com ele) disse: «Aquele que assegurar o meu Sunnat na altura da corrupção, receberá a recompensa de mártir». [Musstadrak Hákim].

Louvado seja Allah. Louvamo-Lo, Glorificado e Exaltado seja. Pedimos Sua ajuda, indulgência e diretriz. Pedimos-lhe refúgio contra os malefícios das nossas almas e as maldades das nossas ações. Que Deus abençoe e dê paz ao Profeta Mohammad, a melhor das criaturas e o Mensageiro escolhido de Deus, assim como aos seus familiares e aos seus companheiros e seguidores até o Juizo Final. Amém.

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

quarta-feira, setembro 01, 2010

O Casamento Islâmico

Em nome de Allah, O Clemente, O Misericordioso:

Já falamos a cerca do casamento islâmico em outra matéria. Como existe muito questinamento e muita lenda sobre esse tema resolvemos reeditá-lo em uma forma bem didática e de fácil entendimento. Cuidado leitores não muçulmanos ao condenarem o islamismo por permitir que o homem venha a casar com até 04 (quatro) mulheres. Bom lembrar que não foi o islam quem criou a poligamia ele apenas a disciplinou e criou regras claras.

Uma das coisas que mais  contraria a Allah SW é a hipocrisia. O que é mais lícito, você desposar mais de uma esposa ou viver enganando sua mulher, filhos, sogro , sogra e a sociedade em geral?
Peço para Allah SW que nesse mes Sagrado do Ramadan, que nos dê dicernimento e clareza em nossas ações. Experimente dividir o número de mulheres aptas ao casamento pelo número de homens que tem condições de desposá-las. Elimina-se ai homens e mulheres, que optaram pelo homossexualismo ou pelo celibato, quem sabe nós chegaremos a um número 04 (quatro).


O Islam, desde o séc. VII d.C, garantiu às mulheres casadas personalidade independente, conquista essa que as mulheres ocidentais se viram privadas até muito recentemente. No Islam, a noiva e sua família não têm obrigação de presentear o noivo. A moça, numa família muçulmana, não é responsável. Uma mulher é tão dignificada no Islam que ela não precisa presentear ninguém, a fim de atrair maridos em potencial. É o noivo que precisa presentear a noiva com um presente de casamento. Este presente é considerado sua propriedade e, nem o noivo nem a família da noiva têm qualquer direito ou controle sobre tal presente. Em algumas sociedades muçulmanas de hoje, um dote de casamento no valor de US$100.000,00 não é incomum. Em regra geral, a noiva fica com o seu presente de casamento, mesmo que mais tarde ela se divorcie – motivadamente. Não é permitida a participação do marido na propriedade de sua esposa, a não ser que ela a ofereça a ele por sua livre e espontânea vontade. O Alcorão Sagrado estabelece sua posição a esse respeito muito claramente:

"E concedei os dotes que pertencem às mulheres; mas se elas, de boa vontade, conceder-vos uma parte, aceitai-o e desfrutai-o com bom proveito" (4:4).

A propriedade e os ganhos da esposa estão sob seu completo controle e para seu uso somente, uma vez que a sua manutenção e a das crianças é responsabilidade do marido. Não importa quão rica seja a esposa, ela não é obrigada a agir como co-provedora para a família, a menos que, voluntariamente, escolha fazê-lo. O casal herda entre si. Além disso, uma mulher casada no Islam conserva sua personalidade legal independente e o nome se sua família. Um juiz americano, certa vez, comentando sobre os direitos das mulheres muçulmanas, disse: "Uma muçulmana pode se casar 10 vezes, mas sua individualidade não é absorvida pela de seus vários maridos. Ela é um planeta solar, com um nome e uma personalidade jurídica própria".

As três religiões monoteístas têm diferenças importantes em suas posições em relação ao divórcio. O cristianismo abomina o divórcio complemente. O Novo Testamento, inequivocamente, advoga a indissolubilidade do casamento. Os cristãos atribuem a Jesus (a.s.) o ter dito, "mas eu digo a vocês que qualquer que se divorcie de sua esposa, exceto pôr infidelidade, transforma a mulher em adúltera, e qualquer um que se case com uma mulher divorciada comete adultério" (Mateus, 5:32). Este ideal intransigente é, sem dúvida, irreal. Ele pressupõe um estado de perfeição moral que as sociedades humanas jamais alcançaram. Quando um casal percebe que sua vida conjugal não tem mais jeito, negar o divórcio em nada irá ajudá-lo. Forçar casais, que não se dão bem, a viverem juntos contra suas vontades não produz qualquer efeito, além de não ser razoável. Não espanta que o mundo cristão tenha sido obrigado a sancionar o divórcio.

O judaísmo, por outro lado, permite o divórcio, mesmo sem qualquer razão ou causa. O Velho Testamento dá ao marido o direito de se divorciar de sua esposa, mesmo que ele apenas se antipatize por ela: "Se um homem se casa com uma mulher que venha a se tornar desagradável a ele, porque ele descobre alguma coisa indecente sobre ela, ele assina o certificado de divórcio e o dá para a esposa e a manda embora de sua casa. E se, depois que ela deixar a sua casa, e se tornar a esposa de um outro homem, e esse segundo marido não a quiser mais, se ele emitir o certificado de divórcio, e a mandar embora de sua casa, ou se ele morrer, aquele primeiro marido, que havia se divorciado dela, não pode mais se casar com ela" (Deuteronômio 24:1/4).

O Islam reconhece o direito de ambos os parceiros terminarem suas relações matrimoniais. O Islam dá ao marido o direito ao divórcio. Além disso, o Islam, diferentemente do Judaísmo, garante à esposa o direito de dissolver o casamento através do que é conhecido como "Khula". Se o marido dissolve o casamento, ele não pode retirar qualquer dos presentes de casamento que ele tenha dado a ela. O Alcorão explicitamente proíbe aos maridos divorciados de terem de volta os presentes de casamento, não importando quanto eles tenham custado.

"Mas, se vos decidirdes tomar outra esposa no lugar da primeira, mesmo que vós tenhais dado à primeira o maior tesouro como dote, não o diminua em um pedaço. Tomá-lo-íeis de volta, com uma falsa imputação de erro manifesto?" (4:20).

No caso de ser a esposa a escolher o fim do casamento, ela pode devolver os presentes a seu marido. Retornar os presentes de casamento é uma compensação para o marido que gostaria de manter a esposa, enquanto que ela escolheu deixá-lo. O Alcorão instruiu os muçulmanos a não tomar de volta os presentes que eles deram às esposas, exceto no caso de a esposa escolher dissolver o casamento:

"Não é lícito para vós (homens) tomar de volta quaisquer dos presentes, exceto quando ambas as partes temerem não ser capazes de manter os limites ordenados por Allah. Não há culpa para qualquer um de vós se ela der alguma coisa por sua liberdade. Tais são os limites ordenados por Allah, assim não os transgridam" (2.229).

Em resumo, o Islam tem oferecido à mulher muçulmana alguns direitos inigualáveis: ela pode terminar o casamento através da "Khula" e pedir o divórcio. Uma esposa muçulmana não pode nunca se tornar prisioneira de um marido recalcitrante. Foram esses direitos que seduziram as mulheres judias, que viviam nas primeiras sociedades islâmicas do séc. VII, d.C., a procurarem obter os certificados de divórcio de seus maridos judeus nas cortes muçulmanas. Os rabinos declararam aqueles certificados nulos e inválidos. A fim de terminar esta prática, os rabinos deram novos direitos e privilégios às mulheres judias, na expectativa de enfraquecer o encanto das cortes muçulmanas. Não se ofereciam às mulheres judias, que viviam nos países cristãos, qualquer privilégio semelhante onde a lei romana de divórcio, então praticada, não era mais atraente do que lei judia.

Agora focalizemos nossa atenção sobre como o Islam desencoraja o divórcio. O Profeta do Islam disse aos crentes que: "entre todos os atos lícitos, o divórcio é o mais odiado por Deus" (Abu Dawood). Um muçulmano não deve se divorciar de sua esposa, apenas porque ele não se simpatiza mais com ela. O Alcorão orienta o muçulmano a ser gentil com suas esposas, mesmo em caso de emoções fortes ou sentimentos de desagrado: "Vivei com elas (vossas esposas) em bases de gentileza e equidade. Se vós vos antipatizais delas pode ser que estejais antipatizando com alguma coisa que Allah colocou como um grande bem" (4:19). O Profeta Muhammad deu uma orientação semelhante: "Um crente não deve odiar uma crente. Se ele não gosta de alguma coisa, ele poderá se agradar de outras" (Muslim). O Profeta também enfatizou que os melhores muçulmanos eram aqueles que eram os melhores para as suas esposas: "Os crentes que mostram a fé mais perfeita são aqueles que têm o melhor caráter e o melhor dentre vocês é aquele que é o melhor com suas esposas" (Tirmidthi).

De um discurso do nosso irmão, o Sheykh Mohamad al Bukai, da Liga da Juventude Islâmica Beneficente do Brasil, no Bairro do Pari, em São Paulo/SP, proferido aos 09 de setembro do ano passado, observa-se o seguinte:

“Meus irmãos, o Islam colocou o divórcio como lei, mas ele explica suas condições de forma muito clara no Alcorão Sagrado. O divórcio é uma forma de se resolver os problemas quando o casamento chega a um caminho sem direção; Deus facilitou para o casal uma saída e o divórcio tornou-se uma misericórdia para ambos: “E, se ambos se separam, Deus enriquecerá a cada um deles de sua munificência (...). (4:130)

Entretanto, não é permitido, sob nenhuma hipótese, que o divórcio seja realizado por motivo fútil e volúvel. Deus nos disse que não podemos tratar desses assuntos como uma brincadeira: “(...) E não tomeis os versículos de Deus por objeto de zombaria (...). (2:231)

Queridos irmãos, o divórcio cresceu muito hoje em dia, pela diminuição da fé no coração das pessoas, pela falta de amor e pela expansão do egoísmo entre os seres humanos.

Outro motivo é a falta de maridos tementes a Deus que não assumem a responsabilidade de suas famílias e não dão às suas esposas os direitos que Deus ordenou e não percebem que o casamento tem obrigações que precisam ser cumpridas. Maridos que não perdoam os erros de suas esposas e não respeitam o tempo e as lembranças do tempo de convivência em harmonia com estas.

Há um terceiro motivo: falta de esposas devotas, arrependidas e adoradoras; esposas que respeitam os direitos de seu marido, de sua família e que conhecem a responsabilidade do casamento.

Também há os casos em que os pais e a família interferem na vida conjugal de seus filhos de forma negativa; em vez de ajudarem, acabam tornando a vida do casal em um inferno.

A sociedade também tem sua responsabilidade nesse aumento dos divórcios. Há entre nós uma infinidade de pessoas que podem provocam o divórcio com atitudes mesquinhas como a intriga, a inveja, a fofoca etc., que disseminam a discórdia entre as famílias.

Tudo isso, queridos irmãos, no levou a essa tragédia que a nossa sociedade sofre. Para todos os maridos e esposas, para todos os pais, digo que temam a Deus.

Não se precipitem na hora de tomar uma decisão sobre o divórcio. No caminho da vida há muitos problemas, mas o marido tem de ser paciente com os erros de sua esposa e esta também tem de ser paciente com os erros de seu marido; o divórcio é a última decisão a ser tomada.

O casamento tem de ser estabelecido sobre o amor, o respeito mútuo, o diálogo e com a consciência de que cada um do casal precisa ser dedicado para satisfazer o outro.

Vou colher uma flor no jardim da nossa história que conta sobre a história de um casal que vivem um casamento feliz e harmonioso. Um sábio chamado Alchabi perguntou a outro sábio chamado Churaih: “– Como está sua esposa? Como está sua vida com sua esposa?”. Este último respondeu: “– Já completei vinte anos com ela sem nunca ter nenhum problema”. O primeiro questionou: “Mas como? Vinte anos sem problemas?”. Então, ele respondeu: “No dia em que nos casamos, quando eu me aproximei dela, ela me disse que eu tivesse calma; eu fiquei surpreendido e então ela se levantou como se fosse dar um discurso e na realidade foi o que ela fez; louvou a Deus e me disse: ‘sou uma mulher estrangeira e não conheço suas tradições e seu caráter; entre as mulheres, havia outras melhores que do eu e entre os homens; alguns melhores que você, mas a vontade de Deus quis que ficássemos juntos. Dessa forma, diga-me quais as coisas que você gosta para eu fazer e as coisas que você não gosta para eu não fazer. Diga-me com que freqüência você permite que eu visite minha família (...)’. Ela me obrigou a fazer um outro discurso e também me levantei, louvei a Deus e respondi a tudo e lhe perguntei sobre as coisas que ela gostava e não gostava e graças a Deus, vivemos juntos há 20 anos sem problemas”.

As salam'aleykum wa arahmatullah wa barakat (Que a paz, as bençãos e as misericórdias de Allah estejam convosco)!

Ramadan Mubarak!

domingo, agosto 22, 2010

A mentira deve ser Combatida e a Verdade em breve será Restituída

Embora o mes do Ramadã seja um tempo de contemplação e adoração, não podemos perder a oportunidade de esclarecer a verdade. Embora certos conceitos sejam tão óbvios nunca é demais utilizar os instrumentos oferecidos pela modernidade e permitido por Allah SW em favor da liberdade de um povo. Não podemos continuar condenando, por exemplo, as atidudes de Adolfo Hittler conta o Povo Judeu, e continuar em pleno século 21 a atrocidade desse povo contra os povo palestino. O pior de tudo isso, é que quem poderia verdadeiramente acabar com esse conflito continua tratando o problema como seus antecessores. Falo da grande esperança da humanidade o senhor Baraka Obama presidente dos EUA. Que no lugar de tomar atitudes enérgicas contra os verdadeiros opressores, prefere criar uma situaçao para atacar a pacífica República Islâmica do Irã.
Vamos ver quem realmente mente, quem realmente é uma ameaça mundial. Assunto: FW: Quem mente? Quem ameaça a segurança do mundo?


Bismillah, (Em Nome de Allah)

Israel comete crime, lesa humanidade e o chefe da ONO finge que está tudo normal

“Eu esperava que eles atirassem nas pernas ou para o alto, só para aterrorizar as pessoas, mas eles foram atirando direto, alguns foram atingidos na cabeça". Esta descrição, feita pela brasileira Iara Lee, que estava na Flotilha da Liberdade atacada na segunda feira (dia 31) é a melhor descrição da barbárie dos esbirros de Netanyahu contra aquele comboio desarmado que tentava furar o bloqueio sionista e levar ajuda humanitária aos palestinos da Faixa de Gaza.

A criminosa ação sionista, que deixou pelo menos nove mortos e mais de trinta feridos, levantou mais uma vez uma onda mundial de protesto contra o governo de Tel Aviv. E expõe a hipocrisia da política externa das grandes potências, particularmente do principal suporte da violência praticada por Israel contra o povo palestino: os EUA.

Uma das faces dessa hipocrisia é a alegação do caráter preventivo da ação. É um argumento que deriva do conceito de guerra preventiva, banido e condenado pela legislação internacional. Mas adotado em nosso tempo pelo presidente George Bush, do EUA, que - repetindo Hitler e os nazistas - justificou com esse conceito a ação agressiva contra o Iraque e suas múltiplas ameaças contra os povos.

Hipocrisia repetida em nossos dias. Malgrado a diferença de linguagem e do atual ocupante da Casa Branca, o fato é que nos temas internacionais fulcrais, o que valem são os interesses permanentes e estratégicos dos EUA, que invariavelmente age como potência imperialista. A diplomacia dos EUA, dirigida por Hillary Clinton, pressiona os países para reforçar o monopólio das potências sobre as bombas atômicas e a energia nuclear e exige que os países, principalmente aqueles que fazem parte do Conselho de Segurança da ONU, adotem sanções contra o Irã usando dois argumentos - diz que o Irã mente, e que seu programa de pesquisa nuclear coloca o mundo em perigo.

A ação criminosa de Israel contra o comboio desarmado que pretendia levar ajuda humanitária aos palestinos coloca estes argumentos em xeque: Quem mente? Quem ameaça a segurança do mundo? Fica nítido, outra vez, que o foco das mentiras e ameaças não é Teerã, mas Washington e Tel Aviv. Washington pelo apoio às ações criminosas de Israel, impedindo qualquer medida efetiva contra elas; Tel Aviv porque se coloca acima da lei, do bem e do mal e da própria humanidade: o massacre da Flotilha da Liberdade é mais uma conta num longo rosário de agressões sangrentas.

A guerra é a política continuada por outros meios, já se disse. Mas a vitória não depende apenas da força militar de um país; ela depende principalmente da política, campo onde se formam as convicções e são criadas as condições da vitória.

Por isso esta é uma guerra perdida por Israel, que enfrenta a opinião pública do mundo e fomenta a oposição dentro de suas próprias fronteiras. O massacre da segunda feira foi uma derrota para Israel: se a questão é manter a ferro e fogo o bloqueio de Gaza, a ação criminosa criou as condições para a abertura de um rombo nele e, no dia seguinte, o governo egípcio decidiu liberar o lado da fronteira que controla, permitindo aos palestinos aquela saída para o mundo que Israel faz de tudo para bloquear.

É difícil imaginar quais serão os próximos passos. Outro barco se dirige para Gaza, com o mesmo propósito da Flotilha esmagada a tiros pela marinha israelense: furar o bloqueio.

Tem dois símbolos a bordo: a prêmio Nobel da Paz Mairead Maguire e a anciã judia Hedy Epstein, de 85 anos, cujos familiares foram assassinados pelos nazistas em Auschwitz. Israel "não aprendeu as lições" da II Guerra Mundial, disse ela. E compara o governo de Israel aos nazistas: "Como eles podem fazer o mesmo contra os palestinos?" , pergunta.

O governo de Tel Aviv responde a comparações como essas acusando seus autores de anti-semitas. Mas perderam a chamada guerra da comunicação, e quem se junta a essas acusações é uma heroína judia inconformada com os crimes de guerra de Israel contra os palestinos. Sua voz é um eco antissemita ou a expressão da consciência da humanidade?

"São aqueles aos quais foi dito: Os inimigos concentraram- se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e disseram: Allah nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Allah é Agraciante por excelência." (03: 173-174)

يُرِيدُونَ أَن يطفئوا نُورَ اللّهِ بِأَفْوَاهِهِمْ وَيَأْبَى اللّهُ إِلاَّ أَن يُتِمَّ نُورَهُ وَلَوْ كَرِهَ الْكَافِرُونَ

Desejam em vão extinguir a Luz de Deus com as suas bocas; porém, Deus nada permitirá, e aperfeiçoará a Sua Luz, ainda que isso desgoste os incrédulos!

Allahu Akbar = DEUS É GRANDE.


Que o nosso jejum moral também seja uma observação nesse mes Sagrado de Ramadan.

Ramadan Mubarak Inshallah

A PRESCRIÇÃO E O DEVER DE SE JEJUAR NO MÊS DE RAMADAN. A DESCRIÇÃO DO MÉRITO DO JEJUM

Allah, louvado seja, disse:


“Ó crentes, está-vos prescrito o jejum, tal como foi prescrito a vossos antepassados, para que temais a Allah. Jejuareis determinados dias; porém, quem de vós não cumprir o jejum, por achar-se enfermo ou em viagem, jejuará, depois, o mesmo número de dias. Mas quem, podendo cumprir este preceito, o quebrar, redimir-se-á, alimentando um necessitado; porém, se fizer isto espontaneamente será melhor. Mas, se jejuardes. será preferível para vós, se quereis sabê-lo. O mês de Ramadan, em que foi revelado o Alcorão, é orientação para a humanidade & evidência de Discernimento e orientação. Por conseguinte, quem de vós presenciar o novilúnio deste mês deverá jejuar; porém quem se achar enfermo ou em viagem jejuara, depois, o mesmo número de dias” (Alcorão Sagrado, 2:183-185).

1215. Abu Huraira relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “Allah, o Todo-Poderoso, diz: ‘Todos os outros atos do indivíduo são para si mesmo, exceto o ato de jejuar, que é exclusivamente para Mim, sendo que Eu o recompensarei por este. O jejum é um escudo (contra o vício e o fogo do Inferno)’; portanto, quando qualquer um de vós estiver jejuando, deverá abster-se de entabular conversa fiada, e evitar troca de palavras agressivas e barulhentas. Se alguma pessoa abusar desse um ou iniciar com ele uma discussão, ele deverá dizer que está guardando o jejum. Por Allah, em Cujas mãos está a vida de Mohammad, sabei que o hálito de quem está a jejuar é, para Allah. mais prazeroso do que a fragrância do almíscar. O indivíduo que jejua obtém duas espécies de prazer: primeiro ele irá sentir prazer quando quebrar o jejum, e, segundo, estará jubilante em virtude do jejum quando se encontrar com o seu Sustentador.” (Muttafac alaih)

1216. Abu Huraira contou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “A pessoa que oferece um par de qualquer coisa pela causa de Allah será chamada de uma das portas do Paraíso: ‘Ó servo de Allah, esta porta é a melhor para ti!’ Assim, também, a pessoa que praticar a oração (salat), com regularidade, será chamada da porta da oração; e aquelas pessoas que marcharem para a jihad, pela causa de Allah, serão chamadas da porta da jihad; da mesma forma, as pessoas que jejuam serão chamadas da porta de Raiyan (para entrarem no Paraíso - ou seja, a porta do frescor). A pessoa que der esmolas será, da porta da caridade, chamada (para entrar no Paraíso).” Abu Bakr disse:

“Ó Mensageiro de Allah, tu que és mais querido para mim do que meus próprios pais, ouve, já sei que uma pessoa chamada (para entrar no Paraíso), de qualquer das portas, não precisará de mais nada. Entretanto, poderia alguém, de todas essas portas, ser chamado?” O Profeta (SAW) respondeu: “Sim, e espero que tu serás um deles!” (Muttafac alaih)

1217. Sahl lbn Saad relatou que o Profeta (SAW) disse: Há uma porta no Paraíso chamada Al Raiyan, através da qual, no Dia do Juízo, somente entrarão as pessoas que tiverem jejuado, e nenhuma outra. Será dito: ‘Onde estão as pessoas que jejuaram?’ Estas entrarão por ali, sendo que ninguém mais o fará, salvo elas. Uma vez que tiverem entrado, a porta se fechará e, posteriormente, ninguém mais poderá entrar.” (Muttafac alaih)

1218. Abu Saíd Khudri relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “Quando a pessoa jejua por um dia, em prol de Allah. Ele transporta o Inferno para uma distância de setenta anos de viagem (da pessoa).” (Muttafac alaih)

1219. Abu Huraira relatou que o Profeta (SAW) disse: “À pessoa que jejuar durante o mês de Ramadan, com fé e esperança de alcançar o beneplácito de Allah, ser-lhe-ão perdoadas as faltas passadas.”

1220. Abu Huraira relatou que o Profeta (SAW) disse

Quando chega o mês de Ramadan, abrem-se as portas do Paraíso e se fecham as do Inferno, e os demônios permanecem acorrentados.’ (Muttafac alaih)

122 1. Abu Huraira relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “Começai a jejuar quando virdes aparecer a lua nova, e finalizai o jejum quando ela reaparecer. Se não a puderdes ver claramente por estar o céu coberto de nuvens, então considerai o mês de Cha’ban como se tivesse 30 dias.” (Muttafac alaih)

A GENEROSIDADE E O OFERECIMENTO DAS BOAS AÇÕES DURANTE O MÊS DE RAMADAN. A INCREMENTAÇÃO DAS OBRAS DE CARIDADE, DURANTE OS DEZ ÚLTIMOS DIAS DO MESMO

1222. Ibn Abbas relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) era a pessoa mais generosa dentre todos os homens. Especialmente durante o mês de Ramadan, costumava ser extremamente generoso, pois era quando o visitava o Arcanjo Gabriel. Durante esse mês, costumava visitá-lo todas as noites, e recitar-lhe o Sagrado Alcorão. Naqueles dias, a normal generosidade do Profeta (SAW) aumentava muitíssimo, muito mais do que o vento impregnado de chuva. (Muttafac alaih)

1223. Aicha contou que quando começavam os últimos dez dias do mês de Ramadan, o Mensageiro de Allah (SAW) costumava ficar orando toda a noite, e, inclusive, despertava os membros da sua família, e se mostrava ainda devoto e assíduo em suas orações. (Muttafac alaih)

A PROIBIÇÃO DE SE ADIANTAR O JEJUM ANTES DA ENTRADA DO MÊS DE RAMADAN; QUER DIZER, NA SEGUNDA QUINZENA DE CHA’BAN, EXCETO NO CASO DA CONTINUAÇÃO DE UM JEJUM, NUMA SEGUNDA OU NUMA QUINTA-FEIRA, DANDO-SE A CASUALIDADE DA COINCIDÊNCIA DE DATAS

1224. Abu Huraira relatou que o Profeta (SAW) disse:

Nenhum de vós deverá jejuar um ou dois dias imediatamente antes do mês de Ramadan, a não ser nos casos de uma pessoa estar acostumada a jejuar nesses dias, coisa que poderá fazer em tais datas.” (Muttafac alaih)

1225. Ibn Abbas relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “Não observeis o jejum antes do mês de Ramadan; outrossim, devereis começar o vosso jejum após o avistamento da lua nova, e terminá-lo após o avistamento da lua nova (seguinte). Se o tempo estiver nublado, vede que o mês (de Cha’ban ou Ramadan) seja de trinta dias” (Tirmizi).

1226. Abu Huraira relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “Não deveis jejuar quando começar a segunda metade de Cha’ban.” (Tirmizi)

1227. Abu Yaczan Ammar Ibn Yassir disse: “Aquele que guarda jejum num dia duvidoso (ou seja, sem ver a lua, por causa das nuvens) desobedece o Abul Cássim, Mohammad (SAW).” (Abu Daúd e Tirmizi)

O QUE SE DEVE DIZER AO SE AVISTAR A LUA NOVA

1228. Tal-ha Ibn Ubaidullah disse que o Profeta (SAW), ao ver a lua nova, costumava orar assim: “Ó Allah, faze com que o aparecimento dessa lua seja um presságio de paz, fé, segurança e submissão para nós. (Ó lua) o meu e o teu Senhor é Allah! Que esta lua seja de (verdadeira) diretriz e virtude!” (Tirmizi)

O MÉRITO DE SE LANÇAR MÃO DA CONSOADA (SUHUR); O RETARDAMENTO DA CONSOADA,  NÃO SER QUE SE TEMA A ENTRADA DO AMANHECER

1229. Anas lbn Málik relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “Lançai mão da consoada (ou seja, sahur), porque há bênção nesse ato.” (Muttafac alaih)

1230. Zaid lbn Sábet narrou: “Certa ocasião lançamos mão do suhur com o Mensageiro de Allah (SAW), e logo nos levantamos para a oração da alvorada. Perguntamos-lhes qual seria o intervalo entre ambos, e nos disse: ‘O tempo necessário para se recitarem cinqüenta versículos (do Sagrado Alcorão).” (Muttafac alaih)

123 1. Ibn Ômar relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) tinha dois muézins (os que convocam à oração). Um era Bilal e o outro era Ibn Ummu Mactum. O Mensageiro de Allah (SAW) disse: “Bilal, chama à oração um pouco mais cedo, quando ainda é noite. Por conseguinte, continua comendo e bebendo, até que Ibn Ummu Mactum chame.” Continuou: “Na verdade, há apenas um curto intervalo entre os dois, que é quando um desce do e o outro sobe ao minarete.” (Muttafac alaih)

1232. Anir bin al ‘As relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “O único fator distinguível entre o nosso jejum e o dos outros povos do Livro é o sahri (isto é, os cistãos e os judeus não tomam o desjejum da pré-madrugada.)” (Musslim).

O MÉRITO DE SE QUEBRAR O JEJUM O MAIS DEPRESSA POSSÍVEL, DEPOIS DO OCASO; O QUE SE COME AO SE QUEBRAR O JEJUM, E AS SÚPLICAS QUE ACOMPANHAM O ATO

1233. Sahl Ibn Sad re1atou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “Os muçulmanos irão estar no caminho certo, desde que se apressem em quebrar o jejum (imediatamente após o sol se pôr, e ter chegado a hora de orar, após à quebra do jejum).” (Muttafac alaih)

1234. Abu Atiya relatou: “Eu e Masruk fomos ter com Aicha”. Masruk lhe disse: ‘Há dois homens, companheiros de Mohammad (SAW), que não perdem a oportunidade de fazer o bem. Porém, um deles se apressa em quebrar o jejum e fazer a Oração do Crepúsculo, e o outro atrasa um pouco a quebra do jejum e a prática da Oração do Crepúsculo. ’ Aicha perguntou: ‘Quem dos dois se apressa em quebrar do jejum e praticar a Oração do Crepúsculo? ’

Disse-lhe: ‘Abdullah Ibn Massud.’ Ela disse: ‘O Mensageiro de Allah costumava fazer o mesmo’ .“ (Musslim)

1235. Abu Huraira contou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “Allah, exaltado seja, disse: ‘Dentre os Meus servos, prefiro aquele que se apressa em quebrar o jejum.” (Muttafac alaih)

1236. Ômar Ibn Ai Khattab relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “Quando a noite se aproximar deste lado (leste) e o dia se retirar por detrás deste (oeste), e o sol se puser, aquele que está a guardar jejum deverá quebrá-lo.” (Tirmizi)

1237. Abu lbrahim Abdullah bin Aufi relata: “Uma vez nós acompanhamos o Mensageiro de Allah (SAW) numa viagem, e ele estava jejuando. Quando o sol se havia posto, ele pediu a alguém de entre a turma: ‘Fulano, por favor, prepara para nós uma calda da farinha de cevada assada! ’ O homem disse: ‘Ó Mensageiro de Allah, esperemos até que a tardezinha escureça mais! ’ O Profeta (SAW) repetiu:

Desce, e prepara-nos a calda de cevada!”O Abdullah bin Auf disse: “O homem desmontou e foi preparar a calda; o Profeta (SAW) bebeu dela e, apontando para o leste, disse: ‘Quando a pessoa que está jejuando vir a noite a se aproximar naquela direção, deverá quebrar o jejum.” (Muttafac alaih)

1238. Salman Ibn Ámir Zabai al Sahabi relatou que o Profeta (SAW) disse: “Quando alguém quebrar o jejum, deverá fazê-lo com uma tâmara; se não a conseguir, então com água, pois ela é pura, e purifica o corpo.” (Abu Daúd e Tirmizi)

1239. Anas Ibn Málik relatou: “O Mensageiro de Allah (SAW) costumava quebrar o jejum, antes de oferecer a salat Maghrib (do crepúsculo), com alguns bagos de tâmaras frescas, na falta das quais, com tâmaras secas e, na falta também destas, ele bebia alguns goles de água.” (Abu Daúd e Tirmizi)

O DEVER QUE TEM O CRENTE QUE GUARDA O JEJUM DE PONDERAR SUAS PALAVRAS E SEUS ATOS

1240. Abu Huraira relatou que o Profeta (SAW) disse:

“Quando qualquer um de vós estiver jujuando, deverá abster-se de entabular conversa fiada, e evitar troca de palavras agressivas e brulhentas. Se alguma pessoa abusar desse um ou iniciar com ele uma discussão, ele deverá dizer que está guardando o jejum.” (Muttafac alaih)

1241. Abu Huraira relatou que o Profeta (SAW) disse: “Se uma pessoa não se abstém de mentir e de praticar atividades indecentes, Allah não deseja que se abstenha de comer e de beber.” (Bukhári)

ALGUNS TÓPICOS RELACIONADOS COM O JEJUM

1242. Abu Huraira relatou que o Profeta (SAW) disse:

Quando algum de vós come ou bebe, por acidente, esquecendo-se do seu jejum, deve continuar o jejum até ao fim, porque (comendo e bebendo por engano) significa que Allah lhe deu de comer e de beber.” (Muttafac alaih)

1243. Laquit Ibn Sabira relatou: “Uma ocasião me apresentei perante o Mensageiro de Allah (SAW) e lhe pedi que me informasse sobre as abluções. Disse-me: ‘Faze tuas abluções devidamente, e de modo completo, e limpa entre os teus dedos, esfregando-as com os dedos opostos; e lava bem os orifícios nasais; porém, se estás jejuando, toma cuidado sobre este particular (para que a água não entre pelos orifícios nasais).” (Abu Daúd e Tirmizi)

1244. Aicha relatou: “Se o Mensageiro de Allah (SAW) recebia o amanhecer num estado de impureza corporal, por haver mantido contato com sua esposa, tomava um banho e jejuava, como de costume.” (Muttafac alaih)

1245. Aicha e Ummu Salama contaram: “O Mensageiro de Allah (SAW) recebia o amanhecer num estado de impureza (por haver copulado com sua esposa, e não por poluição noturna), e jejuava.” (Muttafac alaih)

O MÉRITO DE SE JEJUAR DURANTE OS MESES DE MUHARRAM, CHA’BAN E OS MESES SAGRADOS

1246. Abu Huraira relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “O melhor mês para se jejuar, depois do Ramadan, é o de Muharram, e a melhor oração, depois das prescritas (obrigatórias) é a oração voluntária da noite.” (Musslim)

1247. Aicha relatou: “O Profeta (SAW) não costumava observar o jejum opcional mais do que no mês de Chaban. Ele jejuava por todo aquele mês.” Outra versão diz: “O Profeta (SAW) costumava guardar jejum no mês de Cha’ban, com exceção de alguns dias.” (Muttafac alaih)

1248. Mujiba ai Báhiliya conta, transmitindo o que lhe relatara seu pai ou seu tio, ou seja, que uma ocasião seu pai ou seu tio visitou o Mensageiro de Allah (SAW), e regressou. Passado um ano, voltou a visitar o Profeta (SAW). Durante esse período a aparência e o estado de um dos homens haviam sofrido uma considerável mudança. Ele perguntou ao Profeta (SAW): “Ó Mensageiro de Allah, reconheces-me?” O Profeta (SAW) perguntou: “Quem és?” Respondeu: “Sou aquele da tribo dos Báhili que te visitou no ano passado.” O Profeta (SAW) voltou a perguntar: “E por que esta mudança em ti? Porque eras muito bem parecido!” O Báhiii respondeu: “Desde que te deixei, a última vez, não tenho comido nada, a não ser as noites (quer dizer que havia jejuado durante todos os dias do ano).” O Profeta (SAW) lhe disse: “Tu te torturaste!” Em seguida, agregou: “Deves observar o jejum durante o mês da Paciência (Ramadan), e um dia a cada mês.” O homem perguntou: “Permites-me guardar o jejum por mais tempo,já que sou bastante forte?” O Profeta (SAW) repôs: “Então, jejua dois dias a cada mês!” O Báhili voltou a pedir: “Por favor, aumenta um pouco mais!”O Profeta (SAW) lhe disse, então: “Jejua, pois, três dias a cada mês!” O homem pediu mais, porém o Profeta (SAW) lhe disse: “Jejua durante os meses sagrados, jejua, e abstém-te de jejuar (conforme o caso).” O Profeta (SAW) disse aquilo três vezes, e depois lhe deu a explicação, unindo e separando três dedos.(Abu Daúd)

O MÉRITO DO JEJUM E DE OUTRAS BOAS OBRAS NOS PRIMEIROS DEZ DIAS DE ZUL HIJJA

1249. Ibn Abbas relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “Não há dias durante os quais as ações virtuosas comprazam tanto a Allah, como nos primeiros dez dias de Zul Hijja.” Os Companheiros perguntaram: “Ó Mensageiro de Allah, nem mesmo (é mais meritório) o lutarmos - empreendermos o jihad — em nome de Allah?” Respondeu: “Não, nem mesmo o jihad em nome de Allah, a não ser que se dê o caso de uma pessoa marchar para o jihad com sua vida e sua propriedade, e voltar sem ambas (ou seja, constituir-se num mártir do jihad).” (Bukhán)

O MÉRITO DO JEJUM DURANTE O DIA DE ARAFA, ACHURÁ (DÉCIMO DIA DO MÊS DE MUHARRAM) E TASUÁ (NONO DIA DE MUHARRAM)

1250. Abu Catada relatou que (em certa ocasião) foi perguntado ao Mensageiro de Allah (SAW) acerca do jejum no dia de Arafa (hajj). Respondeu: “Isso permite emendarem-se as faltas (cometidas) durante o ano anterior e o ano corrente.” (Musslim)

125 1. IbnAbbas relatou que o próprio Mensageiro de Allah (SAW) jejuava no dia de achurá (décimo dia de Muharram), e ordenava os demais a jejuarem nesse dia. (Muttafac alaih)

1252. Abu Catada relatou que foi perguntado ao Mensageiro de Allah (SAW) sobre o jejum do dia de achurá (décimo dia de Muharram). O Profeta (SAW) replicou: “Isso expia as faltas do ano anterior.” (Musslim)

1253. Ibn Abbas relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “Se eu sobreviver até o ano entrante, jejuarei no tasu-á (Nono dia de Muharram).” (Musslim)

A RECOMENDAÇÃO DO JEJUM NOS SEIS PRIMEIROS DIAS DO MÊS DE CHAUWAL

1254. Abu Aiúb relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “Quem cumpre o jejum durante todo o mês de Ramadan, seguido do jejum dos seis dias de Chawal, saiba que isso é tão bom, como se tivesse jejuado durante toda a vida.” (Musslim)

A RECOMENDAÇÃO DO JEJUM ÀS SEGUNDAS E QUINTAS-FEIRAS

1255. Abu Catada relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) foi inquirido sobre a observância do jejum, nas segundas-feiras; ele disse: “Este (segunda-feira) é o dia em que nasci, e o dia em que fui comissionado para a profecia.” (Ou ele disse: “Foi o dia em que recebi a primeira Revelação.”). (Musslim)

1256. Abu Huraira relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “Nas segundas e quintas-feiras um relatório das ações do homem é apresentado; e o quanto desejo que as minhas ações relatadas sejam sobre o jejum!” (Tirmizi)

1257. Aicha disse que o Mensageiro de Allah (SAW) era muito zeloso quanto ao jejum das segundas e quintas-feiras. (Tirmizi)

A RECOMENDAÇÃO DO JEJUM, TRÊS DIAS DE CADA MÊS

De acordo com o Imam Nawawi, os dias propícios para o jejum em m que não seja o Ramadan são os dias c1aros (de lua cheia), ou seja, 13°, 14° e o 15° dia do mês lunar. A esse respeito, o 12°, 13° e 14° dia também foram mencionados; mas a 1a seqüência é bem conhecida e considerada autêntica.

1258. Abu Huraira contou: “Meu amigo (benfeitor e bem-querido), o Profeta (SAW), ordenou-me que jejuasse durante três dias de cada mês, e que oferecesse duas racát voluntárias de dhoha (manhã), e oferecesse orações de witr antes de me ir deitar.” (Muttafac alaih)

1259. Abu ai Dardá narrou que seu amigo querido, o Profeta (SAW) lhe havia recomendado três coisas que não deveria abandonar enquanto vivesse. A primeira era jejuar durante três dias a cada mês (além de Ramadan). A segunda, oferecer a oração do meio da manhã; e por último, não ir dormir antes de rezar a oração witr. (Musslim).

1260. Abdullah Ibn Amr Ibn Al ‘Ás relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “O jejum de três dias a cada mês é o mesmo que jejuar por toda a vida.” (Muttafac aiaih)

126 1. Mu’aza ai Adawiya relatou que perguntou para a Aicha: “O Mensageiro de Allah (SAW) observava o jejum em três dias, a cada mês (que não fosse Ramadan)?” Ela disse que sim. Perguntou mais: “Em que parte do mês ele costumava jejuar?” Ela respondeu: “Ele não era meticuloso nesse particular, e jejuava em qualquer parte do mês” (Musslim).

1262. Abu Zar relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse: “Quando jejuardes três dias do mês, que esses dias sejam o décimo terceiro, o décimo quarto e o décimo quinto (as noites de lua cheia do calendário lunar).” (Tirmizi)

1263. Qatada Ibn Mil-han relatou: “O Mensageiro de Allah (SAW) nos ordenou jejuarmos nos três brilhantes (de cada mês), ou seja, no 13°, 14°, e 15°” (do mês lunar). (Abu Daúd).

1264. Ibn Abbas contou que o Mensageiro de Allah (SAW) nunca deixava de jejuar durante os dias das noites brancas (isto é, durante as três noites de lua cheia do mês lunar), tanto fazia se se encontrasse em casa ou se encontrasse viajando. (Nassá’i)

O MÉRITO DE SE CONVIDAR UM CRENTE QUE GUARDA O JEJUM A CEIAR, E O MÉRITO DE UM ANFITRIÃO QUE GUARDA O JEJUM. AS SÚPLICAS QUE AMBOS PODEM OFERECER

1265. Zaid Ibn Khalid ai Juhani relatou que o Profeta (SAW) disse: “Qualquer um que oferecer uma refeição, para a quebra do jejum, a outra pessoa, obtém o mesmo mérito que aquele que estava guardando jejum, sem diminuir, de modo algum, a recompensa da pessoa jejuadora.” (Tirmizi)

1266. Ummi Umara al Ansaria relatou que o Profeta (SAW) a visitou e, quando ela pôs para ele alguma comida na mesa, ele pediu que ela também comesse, ao que ela disse: “Estou guardando jejum hoje!” Sobre isso o Profeta (SAW) declarou: “Os anjos suplicam a misericórdia de Allah sobre a pessoa que esta jejuando, e oferece comida a alguém, até que este termine de comer.” (Tirmizi)

1267. Anas relatou que numa ocasião o Profeta (SAW) visitou Saad Ibn Ubada. Este lhe ofereceu pão e azeite de oliva. O Profeta (SAW) comeu, e disse: “Que aqueles que jejuam, quebrem o jejum contigo; que os virtuosos comam de teu alimento, e que os anjos supliquem por ti.” (Abu Daúd)

O LIVRO DO ITICAF (RETIRO CONTEMPLATIVO NA MESQUITA)

1268. Ibn Ômar relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) costumava retirar-se à mesquita para orar e se abster (de várias coisas) durante os dez últimos dias do mês de Ramadan. (MuttafaC alaih)

1269. Aicha relatou que, até aos últimos dias de sua vida, o Profeta (SAW) costumava retirar-se à mesquita para orar, durante os últimos dez dias de Ramadan. Depois da sua morte, suas esposas continuaram essa prática. (Muttafac alaih)

1270. Abu Huraira relatou que o Profeta (SAW) se retirava à mesquita durante dez, no decorrer do mês de Ramadan; porém, no último ano da sua vida, (em Ramadan), retirou-se à mesquita durante vinte dias. (Bukhári)

Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Uma contribuição do irmãoOmar Hussein Hallak

sexta-feira, agosto 20, 2010

A VIRTUDE DAS ORAÇÕES DE TARAWIH DURANTE O MÊS DO RAMADAN

1187. Abu Huraira relatou que o Mensageiro de Allah disse: “Aquele que cumprir as orações voluntárias durante o mês de Ramadan, com senso profundo de crença e auto-análise, terá perdoados os pecados passados.” (Muttafac alaih)

1188. Abu Huraira narrou que o Profeta (SAW) costumava persuadir as pessoas para cumprirem as orações voluntárias à noite (quiam) durante o mês de Ramadan, porém não os ordenava fazê-lo (para não se tornar uma oração obrigatória) Ele dizia: “Aquele que levanta para oferecer uma oração voluntária, durante o mês de Ramadan, com um profundo sentimento de fé, com esperança na recompensa de Allah, lhe serão perdoadas as faltas anteriores.” (Musslim)

O MÉRITO DE OFERECERMOS ORAÇÕES DURANTE A NOITE DO DECRETO (CADR); A DESCRIÇÃO DAS SUAS DATAS MAIS PROVÁVEIS

Allah, louvado seja, disse:

“Sabei que o revelamos (o Alcorão) na Noite do Decreto; e o que te fará entender o que é a Noite do Decreto? A noite do Decreto é melhor do que mil meses. Nela descem os anjos e o Espírito (Anjo Gabriel), com a anuência do seu Senhor, para executarem todas as ordens. (Ela) é paz, até ao romper da alvorada!” (Alcorão Sagrado, 97:1).

E, louvado seja, disse também:

“Nós o revelamos durante uma noite bendita” (Alcorão Sagrado, 44:3).

1189. Abu Huraira relatou que o Profeta (SAW) disse: “A todo aquele realizar a oração voluntária, na Noite do Decreto, guiado por um profundo sentimento de fé, com esperança na recompensa de Allah, ser-lhe-ão perdoadas as faltas anteriores.” (Muttafac alaih)

1190. Ibn Ômar relatou que alguns dos companheiros do Profeta (SAW) viram, em sonho, a Noite do Decreto, nos sete últimos dias de Ramadan. O Mensageiro de Allah disse: “Vejo que vosso sonho confirmou a existência da Noite do Decreto dentre as últimas sete noites (de Ramadan). Portanto, quem procurar a Noite Bendita deve fazê-lo entre as últimas sete noites do mês de Ramadan.” (Muttafac alaih)

1191. Aicha relatou que o Profeta (SAW) costumava retirar-se à mesquita para o itkaf durante os dez últimos dias de Ramadan, e dizer: “Buscai a Noite Abençoada entre as dez últimas noites do mês de Ramadan.” (Muttafac alaih)

1192. Aicha relatou que o Mensageiro de Allah (SAW) disse:

“Buscai a Noite Abençoada entre as noites ímpares (ou seja, a 21°, 23°, 25°, 27° e 29), das dez últimas noites de Ramadan” (Bukhán).

1193. Aicha relatou que quando começava os últimos dez dias do mês de Ramadan, o Mensageiro de Allah (SAW) costumava ficar acordado toda a noite, acordar também a sua família, e desapertar o seu cinto, ou seja, era o mais assíduo em orar para Allah. (Muttafac alaih)

1194. Aicha relatou que, no mês de Ramadan, o Mensageiro de AlIah (SAW) costumava dedicar-se ao culto, mais do que em qualquer outro mês, e fazia isso com mais esforço e devoção, durante os últimos dez dias do mês de Ramadan, do que nos primeiros vinte dias desse mês.(Musslim)

1195. Aicha relatou que numa ocasião perguntou ao Mensageiro de Allah (SAW): “Ó Mensageiro de Allah, se eu chegar a descobrir a Noite do Decreto, como deverei orar, nessa noite?” O Profeta (SAW) lhe respondeu: “Dize: ‘Allah, Tu, Que és Perdoador, Que amas o perdão, perdoa-me! ’” (Tirmizi)

Fonte: RiaduSallihin

“Ó fiéis, atendei a Allah e ao Mensageiro, quando ele vos convocar à salvação. E sabei que Allah intercede entre o homem e o seu coração, e que sereis congregados ante Ele.” 8:24

Asalamo Alaikom WA WB,

Fonte: Omar Hussein Hallak

segunda-feira, agosto 16, 2010

As várias formas de o Shaitan tentar o ser Humano

Shaitan não se apresenta a pessoa e diz: “Deixa de comportar-se corretamente e comete todos os pecados para que se conte entre os miseráveis desta vida e na outra”. Porque se assim se comportasse, ninguém o seguiria. Ao invés, utiliza distintos métodos para enganar aos servos de Allah, tais como:


1 - Embelezar o que é Pérfido

Este é um dos métodos que Shaitan usou e usa para desviar a humanidade. Fazendo que o falso tome a aparência da verdade e, fazendo que a verdade, apareça como falso. Sempre tentará fazer que os homens prefiram o falso e sintam aversão pela verdade, até que a pessoa finalmente se sinta inclinada para os pecados e se afaste da verdade. O próprio Shaitan disse ao Senhor:

“Disse: Senhor meu! Por haver-me desviado, os seduzirei e desencaminharei a todos. Exceto a quem de Seus servos houver protegido”. (15:39/40)

Explicando isto, Ibn Al Qaim escreveu: “Sua estratégia é subjugar de tal maneira a mente até enganar completamente a pessoa. Ninguém se encontra a salvo de sua estratégia, exceto quem Allah quiser. Desta maneira embeleza exteriormente o que prejudica até fazer parecer benéfico para ele. Assim mesmo o faz fugir de atos para ele benéficos até que pense que são prejudiciais para ele. Não há deus senão Allah!

Quantos homens foram tentados desta maneira! Quantos corações se mantiveram afastados do Islam, a Fé e a bondade por causa destas estratégias! Quantas bondades e verdades foram apresentadas de forma horrenda! Quanta falsidade foi mostrada bonita, desejosa aos olhos sem que ninguém se atente! E quantas falsidades se estendem inclusive entre os mais experientes. Ele é quem envolve a mente até que se entregue a desejos e desvios. Os faz seguir todos e cada um dos caminhos desviados, levando-os à destruição. Atraindo-os finalmente à adoração de ídolos, à ruptura das relações familiares, o infanticídio, o incesto e tantos outros. Os promete a vitória, o Paraíso. Os instiga ao menosprezo dos atributos de Allah, de

Sua transcendência, Sua palavra revelada nos seus Livros, com o pretexto de não cair no antropomorfismo com Allah. Os instiga no abandono de ordenar o bem e proibir o mal, com o pretexto de ser tolerante com os demais, comportando-se com eles de boas maneiras, aplicando o Versículo “Oh, crentes! Vele por suas próprias almas”. (5:105) incitando a virar as costas à tudo que trouxe o Mensageiro de Allah com a desculpa de seguir cegamente aos juristas honrados (Taqlid) e que é suficiente seguir o dizer de qualquer um que sabe um pouco mais. Instiga à hipocrisia com a religião de Allah, com o pretexto de ser flexível e misturar-se amigavelmente às pessoas”.

Esta foi à estratégia que Iblis, o maldito, utilizou contra Adão quando o incitou, embelezando o ato ante seus olhos, de comer da arvore que Allah o havia proibido. Shaitan insistiu a Adão que essa era a arvore da eternidade, e quem comesse dela viveria para sempre no Paraíso ou se tornaria um anjo. Finalmente Adão comeu dela e, conseqüentemente, foi expulso do Paraíso.

Da mesma forma podemos ver hoje em dia os aliados de Shaitan, seguindo a mesma estratégia para desviar as pessoas. Por exemplo, políticos propagam suas ideologias, argumentando que estas acabarão com a confusão, a perturbação, a fome e outros males que sofrem os seres humanos. Incitam as mulheres a que abandonem seus lugares, praticamente desnudas, em nome da liberdade. Instigam as pessoas a assistir filmes e novelas que insultam a honra e a dignidade, e envolvem as pessoas com coisas proibidas, tudo em nome da arte. Como esses anúncios venenosos que instigam as pessoas a guardar seu dinheiro nos bancos e a beneficiar-se dos interesses da usura do dinheiro, tudo em nome do progresso e da ganância. É disto que chamam as pessoas que se apegam aos valores da religião: “atrasados”, “de gerações passadas” ou “antiquados”. Chamam aos predicadores muçulmanos loucos extremistas ou agentes dos países orientais.

Tudo isto forma parte da estratégia de Shaitan desde o tempo de Adão, mostrando o falso de uma maneira bonita e correta, e mostrando a verdade como algo repugnante com o objetivo de que as pessoas o odeiem.

“Por Allah! Enviamos mensageiros as nações que te precederam, mas Satanás também os fez ver suas más ações como boas”. (16:63)

Eles representam uma ameaça séria para a humanidade. Porque se a pessoa considera o falso como verdadeiro e correto, terminará esforçando-se por todos seus meios para difundir e apoiar tal “verdade” ainda que, termine levando-o à sua própria destruição.

“Digas: Quereis que vos informe de quem são os maiores perdedores por suas obras? Aqueles cujo empenho se frustrou na vida mundana enquanto creram haver realizado o bem”. (18:103/104)

Essas pessoas se esforçaram arduamente para apartar as pessoas do caminho de Allah, lutando fervorosamente contra os servos de Allah. Porque realmente crêem que estão seguindo a verdade e a guia!

“E eles, em verdade, se afastam do caminho, mas pensam que estão bem encaminhados”. (43:37)

Este é o principal motivo que influenciou sobre os incrédulos, fazendo-os preferir esta vida, e afastando-se da outra. Disse Allah: “E os designamos companheiros, que ornamentaram seu presente e seu passado”. (41:25)

Esses companheiros são demônios. Que embelezam a seus olhos todos os assuntos desta vida mundana, fazendo-a tentadora. Levando-os posteriormente a negar a outra vida, e sentir-se seguro destes conceitos, a negar a Ressurreição, o Juízo Final, o Paraíso e o Inferno.

Chamar com nomes agradáveis as coisas proibidas.

Parte da estratégia de Shaitan é dar novos nomes a pecados e más ações antigas, nomes agradáveis que incitem a pessoa a tomar parte delas. Desta maneira, engana ao ser humano mostrando uma realidade falsa. Como por exemplo, sabemos que Shaitan chamou a arvore proibida, “a arvore da imortalidade” para assim atrair a Adão para comer dela:

“Mas Satanás o sugeriu o mal; disse: Ó, Adão! Te mostro a arvore da imortalidade e o poder que não cessa?”. (20:120)

Ibn Al Qaim escreveu: “De Shaitan, seus seguidores herdaram o traço de usar nomes agradáveis e atrativos para objetos proibidos. Por exemplo, chamam ao vinho” a mãe da alegria...” e a usura lhe chamam “transação comercial” e chamam ao imposto “o direito do governo””.

Hoje em dia chamam a usura “interesses bancários” assim como chamam ao baile, a música e a construção de estatuas “arte”.

2- Tomando uma posição extrema

Ibn Al Qain descreveu perfeitamente este ponto quando disse:

“Sempre que Allah ordena algo, o demônio insiste para que as pessoas toma uma de duas posições contraditórias a respeito: Negligencia ou exagero. Não importa a Shaitân qual dos dois erros tome posição a pessoa. Busca no coração da pessoa e se encontra na apatia e negligencia, trata de conseguir vantagem mostrando a ele infundadas dificuldades para que se abstenha. O ataca com a moleza, a apatia e a indiferença. Abre a ele a porta das interpretações (tauil), conseguindo inclusive que o servo deixe inclusive de praticar e fazer todo o tipo de obras virtuosas que lhe foram ordenadas.

Pois ao contrario Shaitân encontra no coração do servo precavido, serio, com muita disponibilidade e responsabilidade, e se desespera em enganar lhe como a estratégia do caso anterior, instiga a pessoa a esforçasse demasiadamente, fazendo as coisas difíceis a si mesmo. O convence de que o que ela esta fazendo não é o suficiente. De que suas ambições devem ser maiores. Que deve trabalhar mais que todos. Que não deve dormir quando eles dormem. Que não deve quebrar seu jejum quando eles quebram. Que não deve descansar quando eles descansam. Que se um deles lava sua mão e rosto três vezes, ele deve lavá-los sete vezes. Que se outros fazem a ablução (Wuduh) para a oração, ele deve tomar banho (Gusl). E o instiga a outro atos similares de exagero e extremismo. Levando-o ao extremo e muito além dos limites. Fazendo que se desvie do caminho reto do mesmo modo que fez com a primeira pessoa.

A intenção de Shaitân para ambos é mantê-los longe do caminho reto. O primeiro fazendo que não se aproxime e o segundo fazendo que passe dos limites. Muitos são os que se desviam por causa destas duas estratégias. Não há quem possa escapar delas exceto através do conhecimento, a fé e a força de combater interiormente o Shaitân, permanecendo no caminho reto. Que Allah nos ajude.

3 - Shaitân impede o servo de atuar frutificando a comodidade e a preguiça.

Existem diferentes caminhos e meios utilizados por Shaitân para desviar as pessoas. Bujari transmitiu de Abu Hurairah que o Mensageiro de Deus disse: “Enquanto dorme, Shaitân amarra três laços em sua nuca. Bate em cada um deles dizendo: ‘A noite é extensa, continua dormindo’. Quando a pessoa desperta, se recorda de Allah, se desfaz um dos laços. Se realiza a ablução, o segundo laço se desata. Realiza-se uma oração todos os nós terminam de desfazer-se. Depois disto a pessoa se sentirá com energia e feliz pela manhã. E se não faz estas coisas se levantará apático e preguiçoso”.

Bukhari e Muslim transmitiram o seguinte Hadisse: “Quando algum de vocês se levanta de seu sono que realize a ablução. Enxugando seu nariz três vezes. Porque Shaitân pernoita na parte mais profunda do nariz”.

Bukhari relatou que foi perguntado ao Profeta sobre o caso de um homem que dormia até de manhã (depois de ter terminado o horário da oração do fajr). E foi respondido: “Shaitân urinou nas orelhas deste homem”.

Temos expressado que a preguiça e a apatia são duas ferramentas poderosas de Shaitân contra o ser humano. Através do sussurro inspira o amor a preguiça e a atrasar todas as atividades benéficas, insinuando que ainda há tempo para fazer essas obras no futuro.

Ibn Al Yauzi disse: “Quantos judeus e cristãos viram com bons olhos e amaram em seu coração o Islam. Mas Iblís interferiu dizendo: ‘Não se apresse. Pense mais sobre o assunto’. E eles atrasam sua conversão até que finalmente morrem na incredulidade. Da mesma maneira estabelecem ao pecador atrasar seu arrependimento. Colocando ante seus olhos tudo que deseja e instigando-o a arrepender-se depois.”

Como disse o poeta: “Não se apresse a cometer pecados quando sente desejo e medita antes sobre o arrependimento”.

Quantos decididos a fazer algo eles atrasaram! Como o sábio determinado a dar seus ensinamentos, quando shaitân lhe sussurra: “Descansa mais algum tempo” ou como o servo de Allah que desperta a noite para orar, e Shaitân lhe diz: “Ainda tem tempo para continuar dormindo”. Iblís não há de parar seu trabalho de fazer as pessoas amarem a preguiça e a atrasar suas intenções de realizar boas ações, porque deseja que as pessoas confiem só em esperanças e sonhos”.

“É necessário que a pessoa tome os assuntos com decisão e atue com determinação. A determinação mostra o momento exato para levar a cabo as coisas, eliminando a preguiça. A firmeza lhe livrará de viver simplesmente sonhando. Quem teme a Deus não se sente segura contra o castigo. A pessoa com determinação é consciente de que o tempo transcorrido, nunca há de voltar. A causa de todas as omissões e apatias é a confiança desnecessária e infundada. A pessoa com firme decisão mantém continuamente a luta contra seu ego e se entrega em boas obras. Só quem assume que a morte se encontra próximo é competente e consciente de seus deveres”.

Alguns sábios das primeiras gerações estavam acostumados a dizer: “Tenha cuidado com a preguiça. Porque é o melhor dos soldados de Shaitân. O exemplo da diferença entre uma pessoa ativa e com determinação e uma que repousa nas suas esperanças e prorroga suas obras para o dia seguinte, são como dois viajantes que atravessam uma cidade durante sua viajem. O determinado compra seus mantimentos cedo e se prepara para reiniciar a viajem imediatamente. O preguiçoso, em contrapartida, diz: ‘Esperarei, quem sabe permaneça aqui um mês’ e continua atrasando a compra de seus mantimentos e os preparativos para sua partida até o último momento. Mas no final só encontrará arrependimento e pesar.”

Este é o exemplo das pessoas neste mundo. Algumas delas se preparam durante a vida, e quando o anjo da morte vem buscá-las, não se afligem. Outros, em contrapartida, se enganam pensando que farão as coisas depois, mas quando a hora de viajar mais além chega, se arrependem e se desesperam. È parte da natureza do ser humano amar a preguiça e os sonhos. Shaitan se beneficia do que encontra na natureza humana. Por isso, temos que despertar e entender que nos encontramos no meio de uma batalha, e que o inimigo não descansa. E ainda que pareça que descansa, na realidade só é parte da estratégia.

4 - Falsas promessas e esperanças.

Shaitân promete falsas utopias e ilusões infundadas para assim desviar as pessoas e distraí-las. Disse Allah:

“Os faz promessas e lhes dá falsas esperanças, mas Satanás não lhes promete senão algo ilusório”.(4:120)

Na sua batalha contra os crentes, promete ajuda, honra e vitória aos incrédulos. Mas logo os abandona deixando-os sozinhos.

“E Satanás os fez ver o bem no que faziam, e disse: hoje ninguém os vencerá, eu estou próximo de vocês; mas quando os dois grupos se avistaram, se voltou sobre seus passos e disse: Eu não sou responsável sobre vocês”. (8:48)

Promete aos incrédulos ricos mais riquezas e posições na outra vida. Os diz:

“Tampouco creio que jamais chegue a hora (do Dia do Juízo). E se chega a ser ressuscitado é certo que terá um vinhedo melhor que este”. (18:36), mas Allah há de destruir suas posses nesta vida, demonstrando-lhes que se encontravam enganados.

O ser humano se preocupa e absorve em seus sonhos e ilusões, sonhos que não existem no mundo real. Sem realizar quanto lhe é benéfico, abandonando-se a seus sonhos e esperanças.

5. Shaitân aparece como um conselheiro leal.

Shaitân estimula o homem a desobedecer a Deus alegando que dá conselho sincero e que somente deseja o melhor. Assim foi como jurou a Adão que somente estava dando a ele um conselho honesto:

“E os juro: Eu os aconselho para vosso bem”. (7:21)

Wahb Ibn Munabbih relatou uma historia da Gente do Livro (133) que apresentamos para demonstrar a vontade e esforço de Shaitân para desencaminhar a humanidade, colocando em evidência seu “conselho sincero”.

Ouve uma vez um monge piedoso da gente de Israel. Era a pessoa mais piedosa de sua época. Havia três irmãos que tinham uma irmã jovem e virgem, e tinham somente essa irmã. Ao serem chamados para comparecerem na guerra, não sabiam com quem deixar essa irmã, em quem confiar para cuidar dela. Concordaram então deixá-la a cargo desta pessoa piedosa, porque confiavam nele. Então foram até ele para perguntar se podiam, deveras, deixá-la com ele. Ela estaria numa construção vizinha a sua e a seu cuidado, até que eles voltassem da guerra. A principio ele se negou a este pedido e buscou refugio em Deus deles e da sua irmã. Mas insistiram até que finalmente aceitou. Disse-lhes: ‘Deixa-a na construção vizinha em meu lugar de culto’. Assim foi que a deixaram nesse lugar e saíram.

A jovem permaneceu no lugar de culto desta pessoa piedosa por algum tempo. Ele deixava comida para ela diante da porta, trancava com chave sua porta e voltava a seu lugar de culto. Então lhe avisava que podia sair da casa e pegar a comida. Foi então quando Shaitân se aproximou dele de maneira imperceptível, animando-o a que a tratasse mais amavelmente. Disse-lhe que não era bom deixar a mulher sair da sua casa durante o dia porque algum homem poderia vê-la. Que seria melhor que ele mesmo levasse a comida até a sua porta, porque seria uma obra piedosa a seu favor. Assim foi que começou a levar a comida até a sua porta, mas sem falar-lhe.

Então Iblís veio novamente e o encorajou a fazer boas obras e conseguir mais bênçãos. Disse-lhe: ‘Se levasse à comida até dentro de sua casa conseguiria maior recompensa’. Continuou encorajando-o durante algum tempo até que o servo começou a levar a comida até dentro da casa. E continuou assim durante algum tempo.

Então Iblís (Shaitân) veio novamente e o encorajou a que fizesse o bem. Disse-lhe: ‘Se falar com ela, aliviarás seu medo, angustia e solidão’. Assim foi que começou a falar com ela da sua habitação até seu lugar de culto.

Contudo Iblís veio de novo. Disse-lhe: ‘Se vai até a porta da tua casa e ela até a porta de sua casa enquanto conversam, será, sem duvida, mais reconfortante para ela’. Continuou encorajando-o até que concordou a ir e sentar-se diante de sua porta para falar com ela. A menina saía de sua construção e se sentava diante de sua porta e conversavam durante algum tempo.

Então Iblís veio novamente e o encorajou a que se esforçasse ainda mais em conseguir recompensas por tratá-la bem. Disse-lhe: ‘Se sair de seu lugar de culto e sentar-se perto de sua porta seria mais confortável para ela’. E continuou exortando-o até que o fez por um tempo. Então Iblís veio de novo. Desta vez lhe disse: ‘Se entra na sua casa e fala com ela, e não faça com que mostre seu rosto em público será inclusive melhor para você’. Continuou exortando-o até que entrou na sua casa, passando o dia inteiro falando com ela. Mas quando a noite chegava, voltava a seu lugar de culto.

Então Iblís veio mais uma vez e começou a sussurrar-lhe sobre sua beleza e tentando-o, até que o monge tocou sua perna e a beijou. Mas Iblís continuou sussurrando-lhe até que finalmente mantiveram relações sexuais. Assim foi que ela ficou grávida e deu a luz a um menino. Então Iblís disse ao monge: ‘Não entende o que os irmãos da jovem farão com você quando verem que deu a luz a um filho teu? Não sabe se colocarão a luz tua ação. Deve pegar a criança, matá-lo e enterrá-lo, para ocultar o assunto, já que ela não contará nada por temor a que seus irmãos saibam o que fez’.

Mas Iblís voltou e lhe disse: ‘por acaso pensa que ela ocultará de seus irmãos o que fizeste com ela, já que mataste a seu filho? Deve matá-la e enterrá-la com seu filho’. E continuou incitando-o até que a matou e a enterrou junto a seu filho. Colocou sobre a tumba uma pedra enorme e o nivelou. Então voltou a seu lugar de culto e se dedicou a oração. Permaneceu assim algum tempo até que os irmãos regressaram da guerra. Quando foram até o monge e perguntaram por sua irmã, este começou a lamentar sua perda e chorar pedindo por ela misericórdia. Disse-lhes: ‘Ela era a melhor das mulheres e aquela é a sua tumba’. Os irmãos foram até a tumba e choraram por sua irmã pedindo a Deus que tivesse misericórdia dela. Estiveram diante da tumba durante uns dias e logo voltaram a suas famílias. Quando anoiteceu e dormiram, Shaitân apareceu em seus sonhos com a aparência de um viajante. Começou com seu irmão mais velho, perguntando-o sobre sua irmã. Este lhe disse o que o monge o havia contado e como havia mostrado sua tumba. Então Shaitân desmentiu ao monge dizendo: ‘Não disse a verdade sobre vossa irmã. Mas ela ficou grávida dele e teve um filho. Mas logo matou a ambos e os enterrou por temor de vós. Os enterrou em um buraco que fez no lado direito da porta da casa que ela habitava’ e fez o mesmo no sonho dos outros irmãos.

Quando os irmãos despertaram, ficaram surpresos do que viram. Quando se encontraram disseram: ‘Tive um sonho assombroso à noite’ e contaram mutuamente o que haviam visto.

O irmão mais velho disse: ‘Esse sonho não é importante, ignora-o’. Mas o mais jovem disse: ‘Não o deixarei passar, irei a esse lugar investigar’. Deste modo foram até o lugar descrito diante da porta e ao escavar encontraram a sua irmã e seu filho enterrados como lhes havia dito. Ao perguntarem para o monge, este confessou reconhecendo o que Iblís lhes haviam dito. Assim foi que saiu do seu lugar de culto para ser punido com a morte.

Quando o amarraram a tora para executá-lo Shaitân apareceu diante dele e lhe disse: ‘Agora sabes que fui eu que o tentou com a jovem para que ficasse grávida e logo a matasse junto com seu filho. Se me obedecer hoje e negar (descrer) a Deus, quem te criou e deu forma, eu te resgatarei desta dificuldade’. O monge descreu de Deus, negando sua existência. Mas quando o monge abandonou a Fé, Shaitân o abandonou e foi executado”. (134)

Os Sábios mencionam esta história ao fazer seu comentário sobre o seguinte Versículo:

“São como Satanás quando diz ao homem: Não Creia! E quando já não crê, diz: Eu não me responsabilizo por ti”. (59:16) citando que este versículo se refere a este monge e a outras pessoas as quais cabe o exemplo e Deus sabe melhor.

6. O desvio gradual.

Da historia anterior podemos concluir um dos métodos que Shaitân utiliza para desviar as pessoas. O desvio é gradual, passo a passo. Iblís não se cansa de sussurrar para os homens. Cada vez que uma pessoa comete um pecado, o induz a que caia em um maior, sem deter-se, até conseguir a destruição da pessoa. Esta é a metodologia que Deus destinou para a criação. Se eles se desviam do caminho de Deus, Ele permite a Shaitân tomar controle sobre eles.

“Pois quando se desviaram, Deus desviou seus corações”. (61:5)

7. Shaitân faz a pessoa esquecer aquilo que é benéfico.

Shaitân adotou este método com Adão. Insistiu sussurrando-lhe até que finalmente esqueceu o que seu Senhor lhe havia ordenado.

“Certamente que Adão recebeu um compromisso de Nós (de não dar ouvidos aos sussurros de Satanás), mas logo se esqueceu (e comeu da arvore proibida); e não vimos nele uma enérgica decisão”. (20:115)

O companheiro de Mussa (Moisés) lhe disse:

“...e ninguém senão Satanás me fez esquecer...” (18:63)

Deus proibiu a Seu Mensageiro assim como a seus companheiros que se sentassem em qualquer reunião na qual fizessem zombarias sobre os sinais de Deus e sua religião, mas Shaitân faz esquecer o que Seu Senhor ordena, pois que algumas pessoas terminam sentando-se com essa gente que zomba da religião.

“Quando ver que zombam de Nossos sinais, não permaneça reunido junto a quem o faz até que mudem de conversa. Mas se Satanás os faz esquecer (e permanece com eles), quando recordar não permaneça reunido com os iníquos”. (6:68)

Quando o Profeta Youssef (José) estava na prisão comentou a seu companheiro, a quem Youssef sabia que sairia da prisão e que mencionaria seu caso ao governador. Mas Shaitân fez com que esquecesse e, conseqüentemente, Youssef permaneceu na prisão durante vários anos ainda.

“E disse a quem pensava que estaria a salvo: Recorda-me diante de teu senhor! Mas Satanás o fez esquecer que recordasse diante de seu senhor, e permaneceu no cárcere alguns anos”. (12:42)

Se Shaitân tem o controle completo sobre a pessoa, o faz esquecer de Deus completamente.

“Se apoderou deles Satanás e os fez esquecer da recordação de Deus. Eles são os partidários de Satanás. Por acaso não são os partidários de Satanás os perdedores?”. (58:19)

Este Versículo se refere aos hipócritas, como evidencia o Versículo anterior. A maneira de recordar de Deus é a menção de Seu nome, porque isto espanta e afugenta a Shaitân.

“E recorda de teu Senhor quando esquecer...” (18:24)

8. Faz com que os crentes tenham temor dos aliados de Shaitân.

Outra de suas estratégias é causar nos crentes temor dos aliados de Shaitân. Assim, os crentes, não lutam contra eles, nem os ordenam o bem, nem os proíbe o mal. Disse Deus sobre isto:

“Assim, é Satanás, atemoriza com seus seguidores. Mas não o tema, senão temei a Mim, se são crentes”. (3:175) em outras palavras, Shaitân os assusta com seus aliados. Disse Qatâda. “Quer dizer, sua importância aumenta no coração. Por esta razão Deus disse “Mas, se são crentes, não o tema, temei a Mim”. Porque sempre que a Fé aumenta, o medo dos aliados de Shaitân diminui em seu coração; e sempre que a Fé diminui, o medo dos aliados de Shaitân aumenta”.

9. Seduz ao ego através daquilo que este ama e deseja.

Dissertando sobre o tema, Ibn Al Qaim escreveu:

“Shaitân flui na pessoa como o faz seu sangue, até que se encontra com a alma e se mistura com ela. Pergunta a ela sobre o que ama e deseja. Quando consegue este conhecimento, o utiliza contra a pessoa transmitindo esse conhecimento também a seus aliados e seguidores humanos. Quando estes desejam seu mal, o assediam com aquilo que ama e deseja. Porque o que entra através da porta nunca será rejeitado. Porque se alguém tentasse seduzi-lo por outros meios, encontraria a porta fechada, impossibilitando a si mesmo o alcance de seu objetivo”. (135)

Esta foi a maneira que Shaitân pode aproximar-se de Adão e Eva (Haua) no Paraíso. Tal como disse Deus:

“Mas Satanás os sussurrou dizendo-lhes: Vosso Senhor os proibiu de aproximar-se desta arvore para que não se convertam em anjos ou em seres imortais”. (7:20)

Disse Ibn Al Qaim: “O inimigo de Deus, Iblís examinou aos pais da humanidade (Adão e Eva) e encontrou neles a inclinação a permanecer eternamente no Paraíso. Soube imediatamente que esta seria a única porta para entrar neles. Assim foi que jurou por Deus que era um conselho sincero para eles. E lhes disse:” Vosso Senhor os proibiu de aproximar-se desta arvore para que não se convertam em anjos ou em seres imortais “(7:20)”.

10. Causar dúvidas no coração.

Entre as artimanhas que utiliza Shaitân para desviar o ser humano se encontra a de semear duvidas no coração, agitando sua Fé, confundindo-a com duvidas e suspeitas. O Profeta (SAWS) nos advertiu sobre algumas dessas duvidas. Bujari e Muslim transmitiram de Abu Huraira que o Mensageiro de Deus disse: “Shaitân virá e lhe perguntará: ‘Quem criou isto? Quem criou este outro?’ Até chegar a: ‘Quem criou a seu Senhor?’ Quando despertar tal pensamento deve buscar refugio em Deus e terminar com tais pensamentos”. (136)

Nem sequer os companheiros do Profeta (SAWS) se encontravam a salvo de tais pensamentos. Alguns deles foram ao Profeta (SAWS) para queixar-se de idéias que tinham em suas mentes. Muslim transmitiu de Abu Huraira que alguns companheiros foram onde estava o Mensageiro de Deus e lhe disseram: “Encontramos em nossas mentes coisas que ninguém se atreve a falar”. Disse: “Realmente acham isso?” E quando responderam que sim, ele lhes disse: “Isso é uma manifestação da Fé verdadeira”. (137)

Quer dizer que esta manifestação da Fé foi o que lhes fez recusar e detestar tais pensamentos e sussurros de Shaitân, e considerá-los um assunto grave. O Profeta (SAWS) ao ser perguntado sobre o sussurro de Shaitân contestou: “É pela pureza da Fé”. (138)

Os companheiros do profeta (SAWS) eram alvos de sussurros de Shaitân, tal como se transmite no livro de Abu Daud de Ibn Abbas que um homem veio ao Profeta (SAWS) e disse: “Ó Mensageiro de Deus! Encontramos em nossas mentes coisas que queríamos que fossem cinzas antes que nos atrevêssemos a falar deles”. O Profeta (SAWS) disse: “Allahu Akbar! (Deus é Maior) Allahu Akbar!, Allahu Akbar! Alhamdulillah (todos os louvores pertencem a Deus) quem reduziu as artimanhas (de Shaitân) e o sussurro”. (139)

Deus nos informou sobre os sussurros com Seu dizer: “E não mandamos antes de ti enviado nem Profeta algum sem que, se desejavam algo, contaminasse Satanás seu desejo. Mas Deus desmantela o que lança Satanás, logo confirma Seus Versículos, porque Deus é Onisciente, Sábio. Para colocar o que lança Satanás como prova para aqueles em cujos corações há um mal, e os duros de coração. Os iníquos estão em profundo cisma. E conhecerão aqueles que receberem a ciência, que a verdade emana de seu Senhor, e creiam nele, e surpreenda-se seus corações. E certamente, Deus guia os que crêem, pela Guia Reta”. (22:52/54).

O Versículo anterior cita os pensamentos dentro da própria alma. Isto significa que Shaitân tentou sussurrar ao Profeta (SAWS) alguns pensamentos. Mas Deus protegeu o Profeta (SAWS) dos sussurros de Shaitân, alertando-o com a verdade. Aqueles que opinam que o significado do Versículo é que Shaitân sussurrou alguma coisa no Alcorão, estão desviados e longe da posição correta. Porque o Mensageiro de Deus está protegido por Deus de cometer algum erro com respeito a divulgação da mensagem.

Shaqiq, um conhecido sábio, clarificando os tipos de duvidas que Shaitân cria na alma de uma pessoa disse: “Não chega nenhuma manhã sem que Shaitân me tente por quatro lados: Pela frente, por trás, pela minha esquerda e pela minha direita. Me diz: ‘Não temas!, porque Deus é Perdoador!, Misericordioso!’ Pois o recitei em contestação: “Eu na verdade, sou Remissório com quem se arrepende, crê, e faz o bem, logo, se encaminha ao bem”. (20:82). Por trás me assusta com o pensamento de que meus descendentes possam cair num estado de pobreza. Pois que recito em contestação: “E não há criatura na terra sem que seja Deus Quem o sustenta...” (11:6). Pela direita me tenta com mulheres, assim pois que recito: “...e o bom final (nesta vida e na outra) é para os temerosos”. (7:128) e pela esquerda me cerca com a forma de desejos. Pois que recito: “E entre eles e o que desejavam se interpôs uma barreira...”. (34:54)”

Disse Deus no Alcorão:

“Ó, crentes! O vinho, os jogos de azar, os altares (sobre os quais eram degolados os animais como oferendas para os ídolos) e consultar a sorte valendo-se de flechas são uma obra imunda de Satanás. Abstende-vos deles e assim terás êxito”. (5:90/91) “o vinho” é todo embriagante. “Maissir” são os jogos de azar. “Os altares” são os ídolos, quer dizer tudo que se adora no lugar de Deus, como as pedras, as arvores, as estatuas, as tumbas e assim sucessivamente. “As flechas” são maneiras de consultar o futuro ou o destino, o que o leva a tomar determinadas ações. Os árabes pagãos utilizavam lanças, flechas ou pedras, mas qualquer coisa que seja usado com este propósito tem o mesmo veredicto. Escreviam em um destes elementos: “Meu Senhor me ordena abandonar este assunto” e em outro: “Meu Senhor me ordena fazê-lo”. Pois antes de tomar uma decisão (relacionada com o casamento, viagens etc) se dirigiam até o adivinho e este lhe dava para escolher na sorte uma das flechas de um receptáculo e depois de ler a mensagem que continha atuavam na conseqüência.

Shaitân convida as pessoas a cair nestes quatro atos, porque todos representam desvios em si mesmo, provocando em quem os comete, efeitos nocivos e resultados perniciosos. Por exemplo, o álcool produz a perda da consciência, desta maneira a pessoa comete em estado de ebriedade atos proibidos e abandona a obediência a Deus e pode causar prejuízos a outras pessoas. Ibn Kazir, em seu comentário do Alcorão, citou as palavras de Othman Ibn Affan: “Afastem-se do álcool porque é a mãe de todos os males. Ouve nos tempos que o precederam um homem que se afastou das pessoas para adorar a Deus. Uma mulher o desejava, então enviou a sua servente para solicitar-lhe a presença para ser testemunha em um assunto. Quando este chegou na sua casa, cada vez que entrava em um quarto, a porta se fechava atrás dele. Até que chegou em um quarto onde se encontrava a mulher com uma criança e uma jarra de vinho. Ela lhe disse: ‘Juro por Deus que não te solicitei para que fosse testemunha de algo, senão para que mantivesse relações sexuais comigo, ou matarás esta criança ou tomará deste álcool. Então (supondo que era o menos prejudicial) pegou um copo e bebeu, mas logo pediu mais para beber. E não deixou de beber até que finalmente fornicou com ela e matou a criança. O álcool e a Fé nunca poderão permanecer juntos numa mesma pessoa, pois que um deles abandonará a pessoa rapidamente”. (140)

Ibn Jarir, Ibn Al Mundhir, Abu Al Shaij, Ibn Mardauaih e Al Nahas narraram de Sad Abi Waqqas que: “Um dos Ansar preparou uma ceia para alguns dos Sahabas. Os serviu nela algo de álcool para beber antes de que este fora proibido por Deus. Quando se embebedaram, começaram a discutir e acabaram lutando. Sad Ibn Abu Waqqas terminou machucado, seu nariz foi golpeado com a mandíbula de um camelo. As cicatrizes desta ferida permaneceram em seu rosto pelo resto de sua vida”. (141)

Também se narra que um dos companheiros se adiantou para dirigir a oração estando embriagado, antes de ser revelada a proibição do álcool, e disse: “Incrédulos! Eu adoro o que vós adorais” no lugar de recitar: “Eu não adoro o que vós adorais!” (109:1/2). Então Deus revelou: “Ó crentes! Não façam a oração quando estiverem ébrios até que não saibam o que dizem” (4:43). (142)

O jogo é também uma enfermidade perigosa, tanto como o álcool. Quem se envolve, é muito difícil livrar-se dele. É uma maneira de desperdiçar tempo e dinheiro. Cria sentimentos de ódio e inveja, e empurra as pessoas a cometer atos proibidos.

Shaitân impele a construção de estatuas e tumbas para que sejam, com o passar dos tempos, objeto de adoração. O culto a estatuas e ídolos estão presente tanto nos tempos passados como em nossos dias. Os demônios acompanham a tais estatuas, e às vezes, falam a quem os adoram para acrescentar neles convencimento. Estes politeístas adoram a estas representações ao pedir-lhes por suas necessidades. As suplicam em momentos de dificuldade, se dirigem a eles durante as guerras e outros momentos difíceis oferecendo-lhes sacrifícios. Também cantam e dançam ao redor deles, comemorando festividades. São muitas as pessoas que se desviaram desta maneira, tal como disse orando o Profeta Ibrahim (Abraão) a seu Senhor:

“...guarde-me, e a meus filhos, de que adoremos ídolos. Senhor! Em verdade, eles extraviaram a muitos homens...” (14:35/36)

O culto as tumbas existem hoje entre alguns muçulmanos. Eles oram aos ali enterrados, circundam suas tumbas e lhes oferecem sacrifícios. Uma inovação aparecida nestes dias (que faz Shaitân rir dos seres humanos) que se chama “a tumba do soldado desconhecido”. Dizem que representa a todos os soldados que morreram cumprindo seu dever. Mas na realidade o adoram oferecendo-lhe presentes, flores e honras. Cada vez que um líder visita um país, deve visitar esta tumba e fazer uma oferenda. Todos estes tipos de culto são promovidos por Shaitân.

Predizendo o futuro

Os segredos que preparam o futuro pertencem ao oculto (gaib) e, portanto, são algo que somente Deus conhece. É por esta razão que o Profeta (SAWS) ensinou aos muçulmanos orar Salat Al Istikara (oração para pedir o bem) e a pedir a Deus que os guie para escolher o mais correto e benéfico, qualquer que seja o plano que projete para o futuro. Pedimos a Deus que nos guie para a melhor das opções!

Tentar conhecer o futuro através do acaso como as flechas, a borra de café e outros, jamais levará à verdade. Consultar estes meios é um sinal de falta de inteligência. Similar a isso é o que toma o vôo de um pássaro como azar quando está a ponto de embarcar para uma viagem. Dizem que quando deixa a sua casa, se vê um passaro voar a sua direita, quer dizer boa sorte, mas se este voa para a esquerda, é considerado como azar. Todos estes métodos falsos são somente desvio e engano.

15. Magia

Outras das artimanhas que utiliza Shaitân para desencaminhar os seres humanos é a magia. Os demônios ensinam este conhecimento que na realidade não tem nenhum benefício, senão que, ao contrario, é só prejudicial.

Disse Deus:

“E creram (os judeus) o que inventaram os demônios sobre o reinado de Salomão (dizendo que havia chegado ao mesmo por meio de bruxaria). Sabei que Salomão não caiu na incredulidade (a bruxaria) e que eram os demônios que ensinavam os homens a bruxaria e a magia que transmitiram os anjos Harut e Marut em Babel. Mas estes não ensinavam nada a ninguém sem antes advertir que era uma tentação, e quem o aprendesse cairia na incredulidade. Aprendiam deles como separar o homem da sua esposa, mas na verdade não podiam enganar a ninguém que Deus não permitisse. Aprendiam o que lhe prejudicava e não lhes beneficiava, e sabiam que quem acessava a magia e a bruxaria não teria êxito na outra vida. Que mal fizeram em vender suas almas!” (2:102)

É a magia real?

Existem diferentes opiniões entre os sábios sobre este tema. Alguns dizem que é somente uma alucinação e que não é real baseados nas palavras de Deus (relatando o enfrentamento entre Moisés e os magos do Faraó):

“Diz: Pois tira vós! E hei que suas cordas pareciam correr, em virtude de sua magia”. (20:66)

Enquanto que outros afirmam que é real, tal como demonstra o Versículo da Sura Al Baqara (2:102). Mas podemos concluir em respeito que a magia é de dois tipos: (a) Um tipo de ilusionismo que é basicamente onde “a mão é mais rápida que o olho”, e (b) a verdadeira magia, através da qual se pode fazer um dano real, como, por exemplo, separar aos esposos.

O feitiço dos judeus ao Profeta (SAWS).

Aisha narrou que o Profeta (SAWS) foi enfeitiçado por um homem da tribu Bani Zuraiq, chamado Labid Ibn Al Asam, até a ponto de imaginar que fazia algo que não fazia. Assim permaneceu até o dia em que rogou e rogou a Deus em súplica e disse: “Notou que Deus me respondeu sobre aquilo que lhe solicitei? Dois homens vieram a mim e um deles se sentou na minha cabeça e outro nas minhas pernas, então um deles disse ao outro: ‘Qual é a doença do homem?’ E o outro respondeu: ‘Foi enfeitiçado’. Então o primeiro perguntou:’E quem o enfeitiçou?’ E o segundo respondeu: ‘Labid Ibn Al Asam’. O primeiro voltou a perguntar: ‘E onde se encontra o feitiço?’ E o segundo disse: ‘Em um pente, com cabelos na espátula que é da raiz de uma palmeira macho’. O primeiro de novo perguntou: ‘E onde se encontra?’ E o segundo disse: ‘No poço Dharuan’”. Então o Mensageiro de Deus (SAWS) saiu e voltou. E disse a Aisha: “Suas águas eram como a maceração da henna (de um marrom intenso) e suas palmeiras eram como cabeças de demônios”. E Aisha lhe disse: “E tirou (o feitiço)?” E o Mensageiro (SAWS) respondeu: “Não, mas Deus me curou. Temi que ao fazê-lo (tirar do poço as coisas com as que se havia realizado o feitiço) poderia provocar algum mal as pessoas. Assim ele ordenou que o poço fosse tampado”. (144) O feitiço não afetou a profecia nem a mensagem, já que os efeitos da magia e do feitiço não podem penetrar alem do corpo, e não afetaram nem seu coração nem sua mente. Quer dizer que teria o mesmo efeito que qualquer outra enfermidade que sofresse o Profeta (SAWS). Mas tanto o Alcorão como a Lei Islâmica foram protegidas por Deus de qualquer distorção ou interferência. Tal como disse Deus: “Certamente Nós revelamos o Alcorão e somos Nós seus Preservadores”. (15:9)

16. As debilidades de o próprio ser humano.

Os seres humanos têm numerosas debilidades. De fato, são enfermidades. Shaitân penetra profundamente nas debilidades (agravando-as no coração) que afligem o ser humano para prejudicá-lo. Estas debilidades incluem, entre muitas outras: A debilidade, o desespero, o desalento, a desesperança, a irreflexão, o egocentrismo, a vaidade, o orgulho, o desdém, a raiva, o mau temperamento, as duvidas, a confusão, o medo, a pressa, o ser miserável, a cobiça, a ignorância, o amor a esta vida e a riqueza, a opressão, a arrogância, o pedantismo e tantas outras.

O Islam convida para a purificação do espírito e da alma livrando-a destas enfermidades. Isto requer esforço e paciência. Paciência ante as dificuldades no caminho de Deus.

Seguir as paixões, “os baixos instintos”, e tudo o que o ego solicita é um caminho fácil. O exemplo de quem caminha pela Senda de Deus é como quem sobre até o cume da montanha. Enquanto que quem transita no caminho das paixões e dos desejos, é como quem ao contrário, desce deslizando a montanha. É por esta razão que tantas pessoas respondem ao chamado de Shaitân, e que encontram seu caminho fácil, enquanto que o caminho reto de Deus necessita e requer esforço, mostrando-se difícil.

Mencionaremos ainda alguns dizeres dos Salaf (muçulmanos retos das primeiras gerações) sobre como Shaitân se aproveita das debilidades do ser humano.

Disse Al Mutamar Ibn Sulaiman narrando as palavras de seu pai: “Me foi mencionado que Shaitân sussurra aparecendo no coração da pessoa quando este se angustia ou alegra-se intensamente. Mas se este menciona a Deus, Shaitân foge”. (145) Wahb Ibn Munabbih relatou que um monge perguntou a Shaitân: “Que característica do ser humano lhe é mais útil para utilizá-la contra ele?” Shaitân respondeu: “Sua ira. Se um servo é irado, posso manipulá-lo da mesma maneira que uma criança manipula sua bola”. Ibn Al Jauzi transmitiu de Ibn Omar que o Profeta Nuh (Noé) perguntou a Shaitân com qual característica costumava destruir a pessoa e este lhe respondeu: “A inveja e a cobiça”. Estas são as características que utilizou Shaitân aos irmãos de Youssef (José) quando plantou em seus corações ciúmes de seu irmão. Disse Youssef (José) no Alcorão:

“...certamente que meu Senhor fez que se cumprisse, e me agraciou fazendo-me sair do cárcere, e também ao aproximarem-se de mim no deserto depois que satanás havia semeado a discórdia entre meus irmãos e eu...” (12:100) (146)

17. O amor excessivo pelas mulheres e pelos prazeres mundanos

O Profeta advertiu que não existe pior sedução para o homem que a mulher. Por esta razão foi que o Islam pede à mulher que cubra o seu corpo exceto seu rosto e suas mãos, e pediu aos homens que recatem seu olhar. O Mensageiro de Deus proibiu a homens e mulheres que não sejam parentes entre si (gair mahram) permanecer a sós, acrescentando que sempre que se encontra um homem e uma mulher a sós Shaitân se encontra com eles. Tirmidhi transmitiu em seu livro Sunnan com uma cadeia legítima de narradores que o Profeta (SAWS) disse: “...quando uma mulher sai para a rua, Shaitân faz com que pareça mais bela do que é diante do olhar dos homens”. (147)

Nestes dias somos testemunhas de como a maioria das mulheres saem de suas casas exatamente da maneira que o Profeta (SAWS) nos havia descrito: “Estarão vestidas mas nuas ao mesmo tempo”. Distintas organizações tem o objetivo, no oriente e ocidente, de promover lascívia e obscenidades abertamente na sociedade. Publicam novelas imorais e histórias e filmes que atraem e chamam as pessoas à obscenidade.

Em quanto ao amor exagerado pela vida mundana, é a razão de todas as injustiças. As matanças, as expropriações e abusos das riquezas alheias, as expropriações, a ruptura dos laços familiares, tudo isto é a causa da ambição e amor por este mundo e disputa por adquirir mais prazeres, ainda que sejam limitados, efêmeros e fúteis.

18. A música

O canto e a musica são duas ferramentas de Shaitân, que ele utiliza para corromper o coração do ser humano e destruir a sua alma. Disse Ibn Qaim a respeito: “Das maquinações do inimigo de Deus e os golpes que utiliza contra aqueles que carecem de conhecimento, inteligência e religião, com o que captura os corações de ignorantes e tontos, se encontra a música, enquanto assobiam e cantam usando instrumentos proibidos que afastam os corações do Alcorão e os fazem dependentes de pecados e lascívias. A musica é o “Alcorão” (recitação) de Shaitân que afasta as pessoas do Alcorão do Misericordioso. E é o canto dos homossexuais e dos adúlteros. Shaitân engana as almas injustas com ela (a musica). E inspira pensamentos falsos que consideram corretos, pois aceitam sua orientação e abandonam o Alcorão.” (148)

Um dos fenômenos mais estranhos é que algumas pessoas utilizam o canto e a musica como ferramenta de culto ou como uma maneira de aproximar-se de Deus. Mas na realidade, abandonam a recitação do Misericordioso pela recitação de Shaitân.

Ibn Al Qaim numerou vários nomes utilizados pelos Sábios para referir-se a musica: “Entretenimento improdutivo (Lahu), palavras sem beneficio (Lagu), futilidade (Batil), discurso falso, convite ao adultério, a recitação de Shaitân, a fonte da hipocrisia no coração, som bobo, ruído dos injustos, som de Shaitân e cânticos ou flautas de Shaitân, entre outros”. (149)

Os sinos são instrumentos de Shaitân.

O Mensageiro de Deus nos informou que os sinos (Jarás) são os instrumentos ou flautas de Shaitân. Muslim transmitiu de Abu Huraira que o Profeta (SAWS) disse: “Os Anjos não acompanham a grupos onde haja cães, sinos ou instrumentos de corda”. (150)

19. O desdém dos muçulmanos em praticar aquilo que lhes foi ordenado

Se o muçulmano se apega firmemente nos ensinamentos do Islam, Shaitân não encontrará maneira de desviá-lo. Porém, se ao contrario, o muçulmano, é negligente ou preguiçoso em seus atos, Shaitân tem a oportunidade de desencaminhá-lo com algumas de suas estratégias. Disse Deus:

“Ó crentes! Entrai todos na religião do Islam (submetendo-se a Deus) e não sigam os passos de Satanás; certamente ele é para vós um inimigo declarado”. (2:208) Quer dizer que a pessoa deve seguir o Islam em cada aspecto da sua vida, porque isto o livrará de Shaitân. Um exemplo pratico deste conceito é alinhar as filas da oração, porque Shaitân não pode colocar-se entre elas se estas se encontram alinhadas e agrupadas. O Mensageiro de Deus disse: “Alinhem vossas filas, (colocando ombro a ombro) e agrupem-se fechando os buracos, porque os demônios se movem entre os buracos como as descendências dos hadhaf”. E foi-lhe perguntado: ”Quem são os descendentes dos hadhaf?” Respondeu: “São os gafanhotos na terra do Yemem”. (151)

Outro Hadiss diz: “Alinhem as filas e agrupem-se, porque por aquele um Cujas mãos se encontram minha alma, posso ver Shaitân atravessar os buracos nas filas como se fosse um rebanho de cordeiros cor de terra”. (152) .
O Louvor é para Allah. Nós O exaltamos, imploramos Sua ajuda e rogamos pelo Seu perdão. Aquele a quem Allah orienta não se desviará, e aquele a quem Allah permite que se desvie ninguém poderá orientá-lo. Testemunho que não há outra divindade além de Allah, o Único, e que Ele não tem parceiros. E testemunho que Mohammad é Seu servo e mensageiro, que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele, com seus familiares e companheiros, e todos que seguirem seus passos até o Dia Derradeiro. Diz Allah em Seu Nobre Livro: Ó vós que credes! Temei a Allah como se deve temê-lO e não morrais se não como muçulmanos. A verdadeira palavra está no Alcorão. A melhor orientação é a do Profeta Mohammad (s). A pior coisa é A Inovação, e toda inovação é desorientação. E toda desorientação leva ao Inferno.

Pedimos para que Allah SW derrame barakas (bênçãos) sem medidas à equipe do site http://www.islam.com.br/, que vem no seu dia a dia contribuindo para a formação dos leitores mulçumanos ou não para as coisas que nos levam às Verdades Universais a respeito do Reino de Allah, Seus Anjos, Profetas e Mensageiros. Esse site, hoje, é a referência nacional para quem quer se instruir ou mesmo iniciar nos caminhos de Allah SW. Que nesse mes de Ramadã muitas inspirações possam cobrir esses valorosos irmãos.
Fonte: www.islam.com.br